
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso mais emotivo em defesa ao combate à fome e à pobreza ao se dirigir ao povo brasileiro neste domingo, 1º, no parlatório em frente ao Palácio do Planalto. Ele afirmou que o País “andou para trás” nos últimos anos e relembrou que o principal compromisso assumido e cumprido em 2003, no seu primeiro mandato, foi lutar contra a desigualdade e acabar com a miséria. “Hoje, 20 anos depois, voltamos a um passado que julgávamos enterrado”, declarou.
Lula afirmou que muito do que foi concretizado no passado foi desfeito de forma irresponsável e criminosa, sem citar o governo do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele declarou que a desigualdade e a extrema pobreza voltaram a crescer, além de citar o retorno da fome. “A volta da fome é um crime, o mais grave de todos”, emendou.
O presidente se emocionou ao citar a fila de pessoas nas portas dos açougues pedindo ossos para comer. Junto ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ele assumiu compromisso em combater a desigualdade “noite e dia” e citou a desigualdade entre quem joga comida fora e quem se alimenta das sobras.
Ainda em uma fala crítica às diferenças socioeconômicas que vigoram no País, Lula afirmou que a desigualdade “apequena esse País de dimensões continentais” e que não é possível manter essa realidade. “Brasil é grande, mas real grandeza de um país reside na felicidade do seu povo”, disse, ao reforçar seu lema de que vai “cuidar com carinho” do povo brasileiro. Ele também citou o combate à desigualdade de renda, gênero e raça.
“Povo brasileiro sofreu algo além da construção de um genocídio”
No discurso no Parlatório do Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o relatório do gabinete de transição para afirmar que o governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), provocou uma piora de uma série de indicadores sociais.
“O que o povo sofreu nos últimos anos foi além da construção de um verdadeiro genocídio”, disse ele. “O Brasil bateu recorde de feminicídio. As políticas de igualdade sofreram retrocesso, desmonte. Os livros didáticos que deverão ser usados em 2023 não começaram a ser editados.”
Lula disse, em seu discurso, que o Brasil viveu um dos “piores períodos de nossa história” nos últimos quatro anos, citando que a eleição do ano passado pôs um fim a este período.
Ele citou ainda o programa Farmácia Popular, dizendo que faltam remédios. “Não há estoque de vacinas para o enfrentamento das variantes da covid”, afirmou, e citou, depois, a falta de recursos para a merenda escolar na rede pública de ensino do País.
O presidente também lembrou da falta de recursos para as universidades federais no final do ano passado, bem como de dinheiro para o combate a catástrofes e desastres. O discurso dele foi interrompido por gritos de “sem anistia” pela multidão que o acompanhava na Praça dos Três Poderes.
‘Nunca houve e nem haverá gastança alguma’
Aos apoiadores no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou seus mandatos passados ao defender a conciliação entre crescimento econômico e inclusão social. Ele reforçou que, durante seus governos, foram acumuladas reservas estrangeiras, garantiu redução da dívida e “nunca houve e nem haverá gastança alguma”.
“Em nossos governos, o Brasil conciliou crescimento econômico recorde com a maior inclusão social da história. E se tornou a sexta maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que 36 milhões de brasileiras e brasileiros saíram da extrema pobreza”, disse Lula, ao destacar que, durante seus mandatos, foi capaz de “realizar tudo cuidando com responsabilidade as finanças do país”. “Vamos investir no nosso bem mais precioso, o povo brasileiro”.