O presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva ironizou o caso envolvendo as joias sauditas, revelado pelo EstadĂ£o, que causou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 11 aliados nesta quinta-feira, 4. O ex-presidente foi indiciado pelos supostos crimes de peculato, associaĂ§Ă£o criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo Lula, nĂ£o hĂ¡ sentido estar na presidĂªncia se nĂ£o for para representar o povo brasileiro.

“Eu nĂ£o sou eu, eu sou vocĂªs, e Ă© vocĂªs que estĂ£o na PresidĂªncia da RepĂºblica desse PaĂ­s. É o povo que estĂ¡ na primeira vez”, disse Lula emocionado nesta sexta-feira, 5, em visita Ă s obras do QuarteirĂ£o da EducaĂ§Ă£o em Diadema, em SĂ£o Paulo.

“Quando eu estiver fazendo uma coisa errada, ao invĂ©s de vocĂª falar: O Lula estĂ¡ errando, vocĂª tem que falar: Eu estou errando, porque Lula Ă© o nosso povo na presidĂªncia da RepĂºblica. SenĂ£o, nĂ£o teria nenhum sentido eu ser presidente da RepĂºblica. Para quĂª? Para receber colar de pedra preciosa?”, questionou o chefe do Executivo.

Os indiciamentos ocorrem no bojo da OperaĂ§Ă£o Lucas 12:2, que teve a primeira fase deflagrada em agosto do ano passado e vasculhou endereços ligados ao advogado Frederick Wassef e ao general Mauro CĂ©sar Lourena Cid, pai de Mauro Cid. A operaĂ§Ă£o apontou indĂ­cios de que Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens e outros dois assessores “atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razĂ£o do cargo pelo ex-presidente para posteriormente serem vendidos no exterior”.

Entre os nomes apontados pela PF estĂ£o assessores prĂ³ximos do ex-presidente e do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e o ex-ajudante de ordens da PresidĂªncia tenente-coronel Mauro Cid, alĂ©m do advogado pessoal de Bolsonaro, Fabio Wajngarten.