
“Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”. Foi o que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um pronunciamento nacional em rádio e TV, veiculado um dia antes do 7 de Setembro.
O governo federal encampou a bandeira da soberania nas últimas semanas em reação às determinações de Trump de impor sobretaxa de 50% a produtos brasileiros e às sanções americanas a autoridades brasileiras, usando como justificativa o julgamento de Bolsonaro.
Ele afirmou que o Brasil tem relações amigáveis com todos os outros países, mas “não aceitamos ordem de quem quer que seja”. “O Brasil tem um único dono: o povo brasileiro”, afirmou.
O presidente fez menções indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho “03”, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelas tratativas com o governo Trump em troca de anistia ao ex-presidente nas ações criminais.
“É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil. Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A história não os perdoará”, disse Lula no pronunciamento.
Interferências
Lula também refutou que tenha interferência em decisões da Justiça.
“Zelamos pelo cumprimento da nossa Constituição, que estabelece a independência entre os Três Poderes. Isso significa que o presidente do Brasil não pode interferir nas decisões da justiça brasileira, ao contrário do que querem impor ao nosso país.”
Lula gravou o pronunciamento deste sábado (6) antes durante a semana. Entre os tópicos que destacou em sua fala estão a defesa do Pix, que também virou alvo de ataques da gestão Trump, e o projeto que dá isenção ao pagamento de IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000, considerado uma das principais propostas do Executivo no Congresso Nacional. O petista também falou de regulamentação das big techs, outra das suas bandeiras constantes. Ele disse que as empresas “não estão acima da lei”.