Sergio Moro: ex-juiz evitou confrontar Bolsonaro (Franklin Freitas)

O ex-juiz e candidato do União Brasil ao Senado, Sergio Moro, evitou ontem confrontar o presidente Jair Bolsonaro (PL), e acusou o senador e candidato à reeleição, Alvaro Dias (Podemos) a se aliar ao PT, por estar coligado no Estado com o PSB, que apoia nacionalmente a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. Em entrevista à RPC TV, Moro evitou responder se manteria a acusação que o fez sair do Ministério da Justiça, de que Bolsonaro teria tentado interferir em investigações da Polícia Federal (PT) contra ele e seus filhos.
Moro – que foi levado para o Podemos em novembro de 2021 por Alvaro como pré-candidato à Presidência – criticou as alianças feitas pelo ex-aliado e hoje oponente. “Hoje a gente tem um quadro muito claro aqui no Paraná. A eleição está polarizada. Tem a minha candidatura, que é uma candidatura de centro-direita, de combate a corrupção, que defende a Lava Jato, que defende um desenvolvimento econômico não fundado na corrupção. Ou em uma burocracia estatizante”, alegou.
“Do outro lado, a gente tem a candidatura do senador Alvaro Dias, que a gente tem que falar a verdade. Se aliou aqui no Estado ao PT e ao Partido Socialista Brasileiro. O PSB está aliado em todo o País com o PT. Esse é o caso, por exemplo, ali de São Paulo. E esse foi um dos motivos porque eu até, em um primeiro momento eu aceitei ir para São Paulo para a gente combater esse projeto político de poder fundado na corrupção. Mas agora a batalha está sendo aqui no Paraná”, atacou o ex-juiz.
“Você tem que ter o pressuposto da integridade na política. E essa é a nossa bandeira, diferentemente da bandeira do PT que, infelizmente, que está aqui aliado ao senador Alvaro Dias no Estado do Paraná. Essa é a realidade. Aliança do Partido Socialista Brasileiro e o PT com o senador Alvaro Dias”, disse ele.
Divergências
Questionado por três vezes se mantina as acusações de que Bolsonaro tentou interferir na PF, Moro se esquivou. “Eu sempre digo a verdade, mas a gente tem que olhar para frente”, disse, afirmando defender o fim do foro privilegiado e a volta da prisão após condenação em segunda instância. “Não existe nenhuma corrupção comparável com o que a gente vivenciou nos governos do PT”, disse o ex-juiz.
O candidato admitiu ter divergências com o presidente, mas as minimizou. “Eu tenho divergências com o presidente Bolsonaro. Deixar muito claro isso. Divergências importantes. Mas tenho mais convergências do que essas divergências”, afirmou.