Movimentos convocam população para ato em Curitiba e Londrina contra violência policial

Redação Bem Paraná com assessoria
Ato em Londrina por Justiça por Kelvin e Willian – Assessoria

Ato em Londrina por Justiça por Kelvin e Willian. (Divulgação/ Assessoria)

 O coletivo Núcleo Periférico convocou um ato público contra a violência policial no Paraná. A mobilização acontece nesta sexta-feira (21), a partir das 18h, na praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba.

Em Londrina, o ato está marcado para o mesmo horário, com concentração no Teatro Ouro Verde. Com o tema “Sem Justiça Não Há Paz!”, o protesto pretende denunciar as execuções promovidas por agentes das forças de segurança pública que, em 2024, mataram mais de 400 pessoas no estado, segundo levantamento do Ministério Público do Paraná.

“A morte de jovens negros provocadas por policiais no Paraná, e em todo Brasil, é um das preocupações mais urgentes da nossa sociedade. São centenas de sonhos interrompidos e de famílias destruídas pela violência policial, que é legitimada por um Estado que defende a cultura de morte, estigmatiza a juventude de periferia e banaliza o sofrimento das mães em luto”, afirmou Juliana Pains, coordenadora do Núcleo Periférico.

O levantamento divulgado pelo Ministério Público do Paraná indicou que, de 2019 até o fim do ano passado, as ações das forças de segurança do Paraná mataram 2.371 pessoas. Em 2025, foi registrado o assassinato dos jovens Kelvin Willian, 16, e Wender Costa, 20, em Londrina. Além do jovem Wesley Miranda, executado no município de Mandirituba no dia 12 de março. Em ambos os casos a polícia alega confronto sem provas.

O deputado estadual Renato Freitas, um dos fundadores do Núcleo Periférico, reforçou o chamado ao ato. “Nós exigimos do governador Ratinho Jr., assim como da Assembleia Legislativa do Paraná, que reformule a Polícia Militar do Paraná a fim de obrigá-la ao uso de câmeras corporais de gravação ininterrupta. Este é um dos caminhos para combater as sucessivas mortes provocadas pelos agentes de segurança no Paraná. A PM não pode ter carta branca para executar a juventude nas periferias”, defendeu ele.

O ato pelo fim da violência policial acontece com apoio dos coletivos Justiça por Almas, Desmilitariza – Filhos Roubados, Mães Dizimadas, Usina de Ideias do Parolin, do Bloco Afropretinhosidade e da Rede Nenhuma Vida a Menos. Em Londrina, a mobilização é construída pelos grupos Sem Justiça Sem Paz, Ciranda da Paz e o Centro de Direitos Humanos. A data da manifestação marca também o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela ONU, em 1966, em memória ao massacre de Shapeville, em Johanesburg, na África do Sul.