Com voto da ministra CarmĂ©n LĂºcia neste sĂ¡bado, 8, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar rĂ©us os deputados Josimar MaranhĂ£ozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), alĂ©m do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupĂ§Ă£o pelo uso indevido de emendas parlamentares.

AlĂ©m de CĂ¡rmen LĂºcia, os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que Ă© relator do caso, tambĂ©m votaram a favor de aceitar a denĂºncia ofertada pela Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR), que aponta que o trio cobrava uma propina de 25% dos recursos destinados para o municĂ­pio de SĂ£o JosĂ© de Ribamar, na RegiĂ£o Metropolitana de SĂ£o LuĂ­s, capital maranhense.

Os parlamentares negam irregularidades no direcionamento dos recursos. As defesas pediram ao STF a rejeiĂ§Ă£o da denĂºncia por falta de provas.

Os ministros FlĂ¡vio Dino e Luiz Fux, que completam a Primeira Turma, ainda nĂ£o apresentaram seus votos. O julgamento corre atĂ© o dia 11 de março no plenĂ¡rio virtual do STF.

Segundo a denĂºncia da PGR, baseada em investigaĂ§Ă£o da PolĂ­cia Federal (PF), os trĂªs parlamentares teriam pedido propina de R$ 1,66 milhĂ£o em troca de R$ 6,67 milhões destinados ao municĂ­pio na Ă¡rea da saĂºde.

Entre as provas coletadas pela PF, estĂ£o conversas em que os deputados mencionam reuniões para cobrar pagamento de comissões, alĂ©m da organizaĂ§Ă£o de agendas com autoridades do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os nomes dos trĂªs deputados foram antecipados em outubro do ano passado pelo EstadĂ£o.

Na Ă©poca, foi revelado que a PF encontrou, no celular de MaranhĂ£ozinho, uma troca de mensagens com os outros dois deputados e tambĂ©m com o empresĂ¡rio Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, sobre a negociaĂ§Ă£o de emendas para o municĂ­pio.

A investigaĂ§Ă£o que levou Ă  denĂºncia dos parlamentares Ă© um desdobramento de uma operaĂ§Ă£o iniciada no MaranhĂ£o em dezembro de 2020.

Na ocasiĂ£o, um prefeito do Estado denunciou Ă  PF que Pacovan cobrava propina e dizia que atuava para parlamentares.

A PF apreendeu, entre os papéis desse investigado, uma lista com nomes dos parlamentares denunciados.