Em um primeiro turno marcado por contestações às pesquisas eleitorais, um instituto paranaense se destacou pelo alto índice de acertos sobre os resultados da disputa de 2022. Enquanto Datafolha e Ipec apontaram na véspera da eleição, uma diferença de quatorze pontos porcentuais entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas intenções de voto, o Paraná Pesquisas afirmava que essa diferença não passava de sete pontos, ou seja, a metade do que previa a concorrência.
A última pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 1º de outubro, dizia que Lula tinha 50% dos votos válidos contra 36% de Bolsonaro. O Ipec deu o petista com 51% e o presidente com 37%. Ambos os institutos também previam a possibilidade de Lula vencer no primeiro turno. A última pesquisa presidencial divulgada do Paraná Pesquisas divulgada no mesmo dia apontava 47,1% dos votos válidos para o ex-presidente contra 40% para o atual presidente, e prevendo que a disputa iria para o segundo turno. descartando a vitória petista em primeiro turno. No domingo, Lula acabou a eleição com 48,4% dos votos válidos contra 43,2% de Bolsonaro.
Para o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, esse resultado é fruto do trabalho do instituto e da experiência adquirida com os levantamentos feitos em todo o País ao longo do tempo. A gente conseguiu ser muito certeiro. Colaborou para isso o fato de termos feito muitas pesquisas regionais”, explica.
Segundo ele, isso também revela os motivos pelos quais os chamados grandes institutos não conseguiram captar tendências que se revelaram na apuração. “A gente sempre disse que o Bolsonaro ganharia no Sudeste e no Sul, enquanto outros institutos diziam que seria o Lula”, lembra.
Censo – Hidalgo rechaça ainda as alegações de que os erros verificados em outros levantamentos tenham sido motivados por problemas como o atraso na realização do Censo demográfico. “Tudo dificulta, mas a meu ver, não é a resposta. Se não, teriam errano nas eleições municipais também. Não é justificativa”, avalia.
Ele também descarta a influência do chamado “voto envergonhado” de eleitores que teriam escondido sua preferência por Bolsonaro. “Não concordo com o voto envergonhado. Se não a gente não teria chegado tão próximo”, diz.
Na visão do diretor da Paraná Pesquisas, há uma tentativa de outros institutos de se eximirem de suas responsabilidades. “Está cada vez mais difícil pela velocidade do voto. Mas quando você erra, vai arrumar um monte de desculpas. Em eleições anteriores, quando os outros institutos acertaram não vieram dizer isso”, critica.
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