O PL – partido do ex-presidente Jair Bolsonaro – acusou o senador diplomado e ex-juiz Sergio Moro de abuso do poder econômico pelo suposto uso de caixa dois de campanha nas eleições de 2022 no Paraná. Segundo a ação, que foi aberta em 23 de novembro, sob segredo de Justiça, e teve o sigilo revogado no último dia 17 pelo relator do caso no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR), desembargador Mário Helton Jorge, Moro teria usado a pré-candidatura à Presidência da República pelo Podemos para promover gastos que depois serviriam para impulsionar sua disputa pelo Senado no União Brasil.
O ex-juiz rebate afirmando que a iniciativa não passa de um “desespero de perdedores” e atribui a ação a candidatos e partidos derrotados por ele, como o senador não reeleito, Alvaro Dias (Podemos), o deputado federal Paulo Martins (PL) e o PT.
Moro se filiou ao Podemos em novembro de 2021, como pré-candidato à Presidência. Em março, alegando não ter o apoio do partido, migrou para o União Brasil, concorrendo ao Senado pelo Paraná. Foi eleito com 1,9 milhão de votos, ou 33,5% do total, contra 1,7 milhão de votos, ou 29,1% de Paulo Martins.
Estratégia – De acordo com o PL, a pré-candidatura de Moro à Presidência teria sido apenas um “estratagema pernicioso” para driblar a lei e o teto de gastos da disputa ao Senado. “O conjunto das ações foi orquestrado de forma a, dentre outras irregularidades, usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade e teto de gastos vinte vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente”, aponta o partido.
De acordo com a ação, a soma dos gastos da pré-campanha à Presidência com os da campanha ao Senado seria de no mínimo, R$ 6,7 milhões. O teto da campanha ao Senado era de cerca de R$ 4,4 milhões, afirma a sigla.
Defesa – Em nota, o senador diplomado afirma ainda aguardar a notificação da Justiça. “Daquilo que vi pela imprensa, porém, percebo tratar-se de uma ação feita em parceria pelo PL/PR e Podemos, ou seja, entre o segundo e terceiro colocados derrotados, atendendo aos interesses de uma nova eleição e do PT”, apontou. “Puro desespero dos perdedores e de quem teme nosso mandato”, disse o ex-juiz.
Segundo Moro, o PL do Paraná teria emprestado seu nome e o Podemos entrou com os seus advogados e com documentos internos vazados ilegalmente. “Renata Abreu, Fernando Giacobo, Álvaro Dias e Paulo Martins são os responsáveis”, afirma ele.
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