(Divulgação/ PRF)

Um documento obtido pela reportagem do Bem Paraná revela que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou pelo menos 560 operações em todo o país neste domingo, data em que ocorre o segundo turno das eleições de 2022, que determinará quem será o futuro presidente do Brasil. A ação contrariou decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes (TSE), que havia proibido, até o término do segundo turno das eleições, qualquer operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) relacionada ao transporte público, gratuito ou não, disponibilizado às eleitoras e eleitores.

Somente no estado do Paraná foram feitas 24 ações de fiscalização. Os estados com ações mais ostensivas, contudo, são os da região Nordeste, onde o Partido dos Trabalhadores (PT) e Lula possuem, coincidentemente, um maior número de apoiadores.

Somente em Alagoas, por exemplo, foram feitas 85 ações. Na Bahia, outras 18. No Ceará, uma. No Maranhão, 58. Em Pernambuco, 25. Na Paraíba, 15. No Rio Grande do Norte, 23. E no Sergipe, 45.

Ou seja, das 560 ações de fiscalização, pelo menos 270 foram realizadas na região Nordeste.

Para efeito de comparação, no 1º turno, realizado em 2 de outubro, a PRF havia fiscalizado, ao longo de todo o dia, 297 ônibus, o que significa que o número de abordagens realizadas no segundo turno já supera em 88,6% o total da primeira etapa do pleito.

Presidente do TSE minimiza impacto das operações

O presidente do TSE esteve reunido na tarde de hoje com o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. Segundo Moraes, o policial rodoviário disse que estavam sendo fiscalizados apenas veículos que apresentavam, de maneira flagrante, algum tipo de irregularidade constante no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Ainda segundo Moraes, a situação não teria impedido qualquer eleitor de votar, mas apenas atrasado o acesso dessas pessoas aos locais de votação. Por isso, não haveria necessidade de se ampliar o horário da votação no país. “Não houve prejuízo aos eleitores em relação à finalidade do transporte garantido ao eleitor, que é ele poder votar. O TSE vai analisar as informações que foram enviadas para entender o porque dessas operações ocorrerem”, declarou o ministro.

Questionado sobre a diferença no número de operações no primeiro e segundo turno, Moraes citou as explicações que teriam sido dadas por Vasques. “Disse o diretor-geral da PRF que a partir das constatações que fizeram da operação no primeiro turno verificaram a necessidade dessa operação no segundo turno. Inclusive, em contato com alguns estados, verificaram a necessidade de atuação em alguns municípios. Mas tudo isso o TSE ainda irá analisar.”