Política

Procurador Eleitoral Néviton Guedes afirma que Polícia Federal entra no caso em dois dias

Antonio França

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) protocolou ontem um pedido no Ministério Público Federal (MPF) solicitando a investigação sobre as denúncias contra a sua campanha de 2008 ocorra com rigor e rapidez. O procurador regional Eleitoral, Néviton Guedes, se reuniu com o prefeito e prometeu agilizar os procedimentos. O MPF informou que vai pedir oficialmente a entrada da Polícia Federal no caso, que deverá iniciar a trabalhar em dois dias. Guedes informou que já há uma denúncia protocolada na semana passada pelo empresário Rogério Oriente, que trabalhou no comitê independente do PRTB que apoiou a reeleição de Richa e seria o autor da gravação onde ex-candidatos a vereador do partido aparecem recebendo dinheiro.
De acordo com o procurador, o pedido do prefeito foi anexado à denúncia. Ele avalia que a disposição do prefeito em contribuir com a investigação vai deixar o trabalho mais ágil e mais fácil. “A colaboração das partes envolvidas faz com que o processo não se prolongue”, disse. O primeiro trabalho dos agentes federais serão as perícias nas gravações. Guedes adiantou que o pedirá informações sobre a possibilidade de adulteração das gravações e degravação do conteúdo, sem cortes. Junto com Guedes, além de agentes federais, trabalharão Jaqueline Batisti, juíza da 1ª Vara Eleitoral de Curitiba, e Armando Sombreiro, juiz do Núcleo de Apoio à Justiça Eleitoral do Paraná.
Guedes adiantou que não analisou nenhum dos documentos apresentados, tanto por Oriente, quanto pelo coordenador jurídico da campanha de Richa, em 2008, advogado Ivan Bonilha. Nas mãos do procurador estão duas gravações. Uma delas feita pelo ex-assessor da Secretaria do Trabalho, Alex Gardolinski, que coordenava o comitê independente chamado “Lealdade”, e reunia os candidatos a vereador do PRTB que desistiram de concorrer para apoiar Richa, por não concordar com o apoio ao candidato a prefeito do PTB, deputado estadual Fábio Camargo (PTB). “Faremos uma investigação com cautela e com prudência, mas com a rapidez que a sociedade exige”, disse Guedes.
Defesa – O MPF informou que a ida do prefeito não significa depoimento, mas ele poderá ser chamado para prestar informações. “Já tinha ficado sabendo que estavam preparando uma denúncia contra a nossa campanha, mas não imaginava que atacariam a minha honra. Vou provar nossa inocência porque devo satisfação à história da minha família e ao povo curitibano, que me elegeu com mais de 70% dos votos”, disse Richa. Ele classificou como “armação sórdida” feita por adversário que estariam interessados em atrapalhar sua ascensão política.
Demissões – O prefeito considerada como desfeita a aliança com o PRTB. Ontem, ele demitiu os últimos integrantes do partido. Foram exonerados assessores técnicos Luiz Carlos Déa (Mestre Déa), Luiz Carlos Pinto e Gilmar Luiz Fernandes. Os servidores municipais de carreira Cristiane Ribeiro e Nelson Biantinez Filho perderam as funções gratificadas por ocupar cargos de chefia. Já haviam sido demitidos na semana passada Manasses de Oliveira, Raul D’ Araújo Santos e Alexandre Gardolinski.