PT diz que “neutralidade” de Lula é especulação

Bem Paraná

A cúpula do PT classificou ontem como mera especulação a informação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende fazer campanha para o pré-candidato do PDT à prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet, mantendo-se neutro no primeiro turno da disputa na Capital paranaense. Segundo dirigentes do partido, continua prevalecendo o compromisso assumido por Lula com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, de participar ativamente da campanha na cidade em favor de Fruet, apoiado oficialmente pelos petistas.

A informação de que o ex-presidente manteria-se fora da briga foi divulgada pelo também pré-candidato a prefeito, o deputado federal Ratinho Júnior (PSC), na semana passada, quando Lula participou do programa de televisão de seu pai, Carlos Ratinho Massa. Segundo o parlamentar, Lula teria afirmado, na presença de outras pessoas, que não subiria no palanque de Fruet, nem gravaria mensagens para a propaganda no rádio e televisão do pedetista. Isso porque tanto Ratinho Júnior quanto Fruet integram hoje partidos aliados ao PT no plano nacional. Segundo essa versão, o ex-presidente teria afirmado que só participaria da campanha no segundo turno, para reforçar o palanque de um dos candidatos aliados restantes.

Desde que o PT iniciou as articulações para firmar uma aliança em torno da candidatura do pedetista, circulam informações de que Lula teria dificuldade em apoiar Fruet, por conta da atuação do ex-deputado como um dos principais líderes da oposição ao seu governo no Congresso, durante a investigação do escândalo do mensalão. Antes que a aliança fosse fechada, Paulo Bernardo, que ao lado de sua esposa, a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, liderou as negociações, garantiu que em conversa com Lula, teria recebido a garantia do ex-presidente de que caso o PT apoiasse Fruet, participaria pessoalmente da campanha.

Na semana passada, já com a coligação aprovada pelo encontro municipal petista, o ministro levou Fruet para um encontro com Lula, no qual ele teria reafirmado a intenção de subir no palanque do pedetista. É nessas afirmações que os caciques do PT se apegam para minimizar a informação contrária de Ratinho Júnior. O partido recebe essa informação com muita tranqüilidade. Primeiro porque ela não se traduz em uma informação oficial, alega a presidente municipal do partido, Roseli Isidoro. O PT tem interlocutores que é o caso do ministro Paulo Bernardo, a ministra Gleisi, o deputado Ângelo Vanhoni. Na medida que essa informação não vem dessas lideranças, tenho visto muito mais como uma especulação, afirmou.

A dirigente garante que continua valendo o acordo inicial de que Lula estaria na capital paranaense para a campanha caso a aliança fosse aprovada. Não tenha dúvida de que o presidente Lula virá a Curitiba. Isso é um compromisso firmado no passado, quando o ministro Paulo Bernardo fez uma visita a ele quando encontrava-se internado, lembrou. (IS)