Renan abre mão de fazer considerações finais no processo do Conselho de Ética

Ele é acusado de ter contas pessoais pagas por um funcionário da empresa Mendes Júnior

Agência Brasil

O presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota hoje (28) informando que abriu mão do prazo para apresentar suas considerações finais relativas à representação do P-SOL contra ele no Conselho de Ética. Ele é acusado de ter contas pessoais pagas por um funcionário da empresa Mendes Júnior.


“Hoje, visando dar maior celeridade ao julgamento a que me submeto democraticamente, abri mão de outro prazo: o das alegações finais, conforme determina a resolução nº. 20”, diz a nota.


Era o último dia para Renan fazer as alegações finais relativas à perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados por ele. Na nota, o presidente do Senado também diz que não usou o prazo de dez dias ao qual tinha direito para impugnar a perícia feita sobre as provas apresentadas por ele – “todas, por sinal, certificadas como autênticas e verídicas”, afirma.


Está marcada para quinta-feira (30) a divulgação do parecer final da comissão de relatores. Se não houver pedido de vistas, a votação do conselho deve ser feita no mesmo dia.


O senador afirma que desde o início do processo procura cumprir todas as normas do regimento da Casa. “Apesar destes institutos preverem uma série de etapas e prazos que devem ser seguidos na defesa, jamais lancei mão de prerrogativas que poderiam delongar o processo, colocando-me sempre à disposição do Conselho de Ética da Casa e dos senadores”, declara.


Ele ressalta que tem se antecipado a qualquer pedido relativo a investigação e que ele próprio pediu ao Ministério Público Federal que abrisse uma investigação para que pudesse “chegar à verdade dos fatos.”


Renan Calheiros também diz na nota que delegou ao primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), a direção de todas as reuniões da Mesa Diretora ou a tomada de decisões relativas às ações movidas contra ele.


O parlamentar conclui a nota dizendo: “Isso demonstra o que tenho dito: posso até ser vítima dos excessos da democracia, mas jamais me afastarei dela”.


Neste momento, a comissão de relatores apresenta ao presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), os relatórios preliminares sobre o caso.