
O ex-governador Roberto Requião (PT) lançou, nos últimos dias, uma série de ataques ao novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, aprovado na semana passada para comandar a companhia de petróleo. Requião vem criticando o recente aumento da gasolina e a venda do campo de petróleo campo de produção de Albacora Leste, na bacia de Campos. “Petrobras vende mais um poço do pré-sal, aumenta o preço da gasolina, e vota unânime para Prates na presidência. Vamos denunciar os sorvetes do cartão do Bolsonaro?”, ironizou o ex-governador no twitter, comparando a questão da gestão da estatal no governo Lula com os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo.
“Primeira venda de ativos da Petrobras no Governo Lula. Que pode determinar a anulação deste ato lesivo ao interesse nacional”, afirmou. “Quem comprou a BR Distribuidora, usinas de refino, gasodutos, a Eletrobras, comprou mercadoria roubada. Crime de receptação portanto”,defendeu. Requião também classificou o pronunciamento de Prates como “absolutamente vazio, impatriótico e cooptador dos funcionários para uma visão entreguista”.
“O visto de permanência de Bolsonaro vence hoje, gritam a alto e bom som. Mas o pré-sal de Albacora é vendido e o preço da gasolina sobe silenciosamente . Divertere = Divertir. Desviar do que importa”, reforçou ontem Requião.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o deputado federal Ênio Verri (PT) para ser o diretor-geral da Itaipu, cargo pretendido pelo ex-governador. Requião chegou a ser convidado para presidir o conselho da usina, mas recusou afirmando que não aceitaria uma “sinecura para não trabalhar”.
“Eu não posso, com a carga que eu tenho, arranjar um cabide dourado em Itaipu. Isso faria com que eu perdesse a minha autoestima. Não tem cabimento”, disse. “Não é ruim ganhar R$ 27 mil por mês sem fazer nada, mas é uma coisa que fere a autoestima das pessoas. Eu acho que é por aí, R$ 27 mil, R$ 30 mil, mas seria uma coisa que eu perderia o respeito por mim mesmo”, queixou-se na época.
O filho do ex-governador, deputado Requião Filho (PT), que vai assumir a liderança da oposição ao governo Ratinho Jr na Assembleia Legislativa, entrou na discussão defendendo o pai. “Requião apoiou o Lula e não foi de hoje. Nunca pediu nada em troca a não ser respeito”, escreveu. “Mas o PT é um partido como qualquer outro cheio de interesses pequenos e imediatos. Essa é a realidade que nós ignoramos: dentro do PT não é diferente dos demais partidos”, afirmou o parlamentar.