Política Projeto de lei

Senado pode votar projeto que reduz inelegibilidade de políticos condenados

Iniciativa poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030 por conta de uma condenação imposta pelo TSE

Redação Bem Paraná com Agência Senado
senado

Projeto aprovado na Câmara passou pela CCJ do Senado e aguarda votação do Plenário (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Políticos condenados pela Justiça Eleitoral ou por crimes que tenham como consequência a proibição de disputar eleições podem ser beneficiados com um prazo de inelegibilidade mais curto. É o que prevê uma proposta que já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado Federal, já tendo passado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguardando apenas votação do Plenário. Se aprovada sem alterações, seguirá para sanção presidencial. 

O projeto de lei complementar (PLP) 192/2023, que altera a marcação de início da contagem do prazo e a duração da inelegibilidade, tem o inteuiro de acabar com distorções e assegurar isonomia, defende o relator da iniciativa, senador Weverton (PDT-MA).

— O PLP confere maior objetividade e segurança jurídica nas fixações dos termos iniciais e finais de contagem e que, em alguns casos, decretavam a morte política da pessoa à perpetuidade na prática da restrição imposta — afirmou.

Atualmente, devido ao período entre as eleições, na prática o impedimento de um condenado se candidatar pode ultrapassar os oito anos. A proposta altera a Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64, de 1990) para que o período de vedação de candidatura passe a ser único, de oito anos contados a partir das seguintes datas, conforme o caso:

  1. decisão judicial que decretar a perda do mandato;
  2. eleição na qual ocorreu prática abusiva;
  3. condenação por órgão colegiado; ou
  4. renúncia ao cargo eletivo.

Se aprovadas pelo Plenário sem alteração no texto da Câmara, as novas regras poderão ser aplicadas imediatamente após a sanção presidencial e, caso sejam mais benéficas nos casos concretos, até mesmo para condenações já existentes. Esse é o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação.