Vereador é investigado por suspeita de nepotismo em Curitiba

Eder Borges (PL) vira alvo de investigação por suposta relação com chefe de gabinete

Editada por Isabelle Sales, com informações da Câmara Municipal de Curitiba
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Câmara de Curitiba abre processo contra Eder Borges por nomeação de enteada (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP) da Câmara Municipal de Curitiba notificou, nesta terça-feira (24), o vereador Eder Borges (PL) sobre a abertura de um processo ético-disciplinar para apurar uma denúncia de nepotismo. A investigação começou a pedido da Corregedoria da CMC, com base em uma representação apresentada pela vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT).

A partir desta notificação, o Conselho tem 60 dias corridos para concluir os trabalhos. Mesmo durante o recesso parlamentar de julho, os prazos seguem normalmente. Neste momento, o presidente do CEDP, vereador Lórens Nogueira (PP), deve coordenar a escolha do relator e vice-relator do processo, por meio de eleição entre os membros do Conselho.

Na fase inicial, o vereador Eder Borges poderá apresentar sua defesa prévia, anexar provas e indicar até três testemunhas por fato, sendo no máximo doze ao todo. A Corregedoria sugeriu a aplicação da pena de censura pública, mas o Conselho pode optar pelo arquivamento ou até ampliar a punição, dependendo das conclusões do processo.

Entenda o caso de nepotismo

A denúncia foi motivada por uma reportagem do site The Intercept Brasil, que levantou suspeitas de que o vereador Eder Borges manteria um relacionamento afetivo com Andreia Gois Maciel, mãe de Victoria Maciel de Almeida, atual chefe de gabinete do parlamentar. De acordo com a vereadora Giorgia Prates, isso caracterizaria nepotismo, já que a servidora seria enteada do vereador.

Nos registros públicos da Câmara de Curitiba, Victoria está lotada no gabinete de Borges desde julho de 2022. Durante a sindicância preliminar, a Corregedoria da Casa solicitou documentos à Diretoria de Recursos Humanos e ao próprio parlamentar, como comprovantes de residência, declarações, formulários funcionais e postagens em redes sociais.

A principal dúvida levantada no relatório foi sobre a existência ou não de vínculo familiar e convivência entre Borges e a mãe da servidora, ponto que será central na análise do Conselho de Ética.