Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, confirmou quatro casos de meningite bacteriana entre janeiro e 21 de junho de 2025. A informação faz parte de um informe epidemiológico divulgado pela Vigilância em Saúde do município na última sexta-feira (11). No mesmo período, também foram registrados três casos de meningite viral na cidade.
O aumento de casos em Fazenda Rio Grande reflete um cenário preocupante em todo o Paraná. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 22 casos de meningite bacteriana foram confirmados no estado neste ano, com seis mortes registradas.
No mesmo período de 2024, haviam sido notificados 11 casos, sem nenhum óbito. Diante desses números, autoridades de saúde reforçam o alerta à população para os cuidados e prevenção da doença, especialmente com a chegada do inverno, que favorece a circulação de vírus e bactérias.
Meningite bacteriana
A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, chamadas de meninges. A infecção pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. As meningites virais são, em geral, mais leves e com boa recuperação. Já a meningite bacteriana é grave, podendo evoluir rapidamente e causar sequelas neurológicas permanentes ou até a morte, se não houver tratamento imediato.
A transmissão acontece por meio do contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas, como ao falar, tossir ou espirrar. Os sintomas mais comuns incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, vômitos, confusão mental, sensibilidade à luz e manchas vermelhas na pele. Em bebês, os sinais podem ser mais sutis: choro excessivo, sonolência, recusa para mamar.
O tratamento da meningite bacteriana é feito com antibióticos, de forma urgente e em ambiente hospitalar. Já as meningites virais, que não costumam evoluir para formas graves, são tratadas com repouso, hidratação e medicamentos para controle dos sintomas.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações, por isso, ao notar qualquer sintoma, a orientação é procurar imediatamente uma Unidade de Pronto Atendimento ou posto de saúde.
Vacinação gratuita é a principal forma de prevenção
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir os tipos mais perigosos da meningite. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina meningocócica C conjugada, aplicada em duas doses, aos 3 e 5 meses de idade. A partir de julho de 2025, o reforço aos 12 meses passou a ser feito com a vacina ACWY, que protege também contra os sorogrupos A, W e Y. Adolescentes de 11 a 14 anos também devem tomar uma dose única.
Além da vacina, outras medidas ajudam a evitar o contágio: manter ambientes bem ventilados, higienizar as mãos com frequência, evitar aglomerações e não compartilhar copos ou utensílios pessoais.