Ricardo Winicki, o Bimba, terminou Pequim 2008 em quinto lugar na classe RS:X (prancha com vela), ao completar ontem em sexto lugar a última regata (a Medal Race). O resultado reforça sua condição de grande nome da modalidade no mundo. Mas o brasileiro queria mais. “Obviamente vim para disputar medalha”, disse.
“Chegar em quinto significa que você foi o quinto melhor do mundo inteiro. Isso é dificílimo. Quanta gente queria estar aqui e nem chegou. As meninas da ginástica, por exemplo, tiveram um ótimo resultado. Mas todos só querem saber de medalhas”, desabafou.
“Nessas regatas (com vento) eu fui muito bem. Com vento fraco, não. Sabia, lá no fundo, que essa era minha deficiência. Treinei bastante para superar isso, mas não rolou.”, disse. “Tive quatro anos brilhantes. Consegui pódio em quase tudo que disputei, fui campeão mundial. Os Jogos Olímpicos são só mais um campeonato, mas é claro que todo mundo quer ganhar”, analisou.
É de quatro em quatro anos. Infelizmente, não dá para ganhar tudo”, afirmou.
Para Bimba, é necessário reconhecer bons resultados quando eles acontecem. E também entender que o esporte está sujeito ao imponderável. “O brasileiro tem que aprender a valorizar um pouco mais o esportista. Não adianta dizer que era impossível tirar a medalha de ouro do Diego Hypólito, por exemplo. Não é bem assim”, protesta.
Numa análise sobre seu próprio desempenho, ele se diz satisfeito com o resultado que conseguiu em Pequim 2008. “Existem seres humanos e há os fenômenos. Eu estou na lista dos seres humanos.”
VELA
Atleta mais jovem da equipe de vela brasileira em Pequim 2008, Patrícia Freitas, 18 anos, ficou feliz com a oportunidade de disputar sua primeira edição de Jogos Olímpicos. Não pontuou para chegar à medal race, mas ainda assim valeu a pena. “Achei ‘maneiro’. Foi o melhor resultado feminino no RS:X até hoje. Acho que se continuar o investimento, dá para chegar bem a Londres 2012″, acredita.
Para ela, a fórmula para o êxito da vela não guarda nenhum segredo. “Treino, treino, treino. Treinar nunca é demais”. Além disso, consegui acompanhar ao máximo as competições mundo afora e pegar experiência”, comemorou. “Em Qingdao, corri contra umas campeãs mundiais cheias de medalhas nas costas. Como primeira impressão, foi bastante útil a minha primeira experiência olímpica. Vi que dá para chegar”, garantiu.