Jessé Lima é um homem calmo. Entra no Estádio Nacional de Pequim, ou Ninho do Pássaro, e não se impressiona com a torcida. “Vim aqui para saltar, não posso perder o foco na competição. Tenho que pensar assim: eles vieram me ver, tenho que dar o meu melhor”, diz. O pernambucano foi o melhor entre os 40 competidores no primeiro dia do salto em altura em Pequim 2008, ontem.

Precisou de apenas quatro saltos para se classificar entre os 12 atletas da final, marcada para amanhã às 8h10 (de Brasília). Estava bem centrado, as pernas respondendo bem. A final é uma prova incerta, preciso manter o que fiz hoje, o menor desgaste possível, executar o salto perfeito na primeira tentativa”, analisa.

Jessé Lima não saltou os 2,10m. Nos 2,15m e 2,20m, acertou o primeiro salto. Nos 2,25m, foi o primeiro atleta a conseguir transpor o sarrafo: “Uma corrida bem executada é o segredo de um bom salto. Nem olho os outros competidores, não tenho que arrumar preocupação, quero me concentrar na prova”, responde.

Além de Jessé, só três atletas saltaram os 2,29m: Germaine Mason, da Alemanha, e os tchecos Jaroslav Baba e Tomas Janku. O brasileiro não se impressiona. “A pressão quem cria é o próprio atleta – e eu não vou me cobrar, vou chegar relaxado. Quando o sarrafo estiver lá para cima dos 2,30m, aí é a hora da verdade. Não entro na pista menor que ninguém”, explica. Confiante, ele admitia a possibilidade de bater neste domingo o recorde pessoal de 2,30m: “Eu estava pronto para ir para o desempate nos 2,32m, já estava me aquecendo. Não precisou, melhor assim”, resume.

Jessé continua calmo. E não cria expectative para a final: “Estou bem fisicamente, vou brigar pela medalha. Daqui até lá, nada de treino, vou fazer a rotina de Pequim: restaurante, quarto, Internet, pista”, finaliza.