Os brasileiros Robert Scheidt e Bruno Prada conquistaram a medalha de prata na classe star dos Jogos Olímpicos. Os dois terminaram em terceiro na medal race, regata final da disputa, realizada hoje (21) no Centro Olímpico de Vela de Qingdao, cidade-sede do esporte nos Jogos. Com isso, encerraram a competição com 53 pontos perdidos, atrás apenas dos britânicos Iain Percy e Andrew Simpson, que ficaram em quinto na regata, com 45 pontos. A medalha de bronze ficou com os suecos Fredrik Loof e Anders Ekstrom, que terminaram a medal race em décimo e último lugar, com os mesmos 53 pontos perdidos dos brasileiros (o critério de desempate é justamente o resultado da regata decisiva).
O bicampeão olímpico Scheidt e seu parceiro Prada entraram na regata em terceiro no geral e precisavam vencer e torcer para os suecos, que vinham liderando a disputa da star, chegarem em último. Além disso, os britânicos, então vice-líderes da disputa, teriam que chegar na penúltima posição. Pela necessidade de toda essa combinação de resultados, Scheidt dissera na véspera que era mais realista brigar pelo bronze. A prata só veio no fim da regata e com algum suspense.
Os brasileiros lideraram quase toda a regata, enquanto suecos e britânicos brigavam entre si pelo ouro. O barco do Brasil perdeu a liderança na última bóia, para os poloneses Mateusz Kusznierewicz e Dominik Zycki, que foram os vencedores e ficaram em quarto no geral com 59 pontos. Enquanto isso, o barco da Suécia ficou para trás e cruzou a linha de chegada muito próximo dos franceses Xavier Rohart e Pascal Rambeau. Inicialmente, o sistema oficial de resultados apresentou os suecos como últimos colocados, resultado que daria a prata a Scheidt e Prada. Logo em seguida, elevou o barco da Suécia ao nono lugar, rebaixando os brasileiros a terceiro no geral e dando a eles a medalha de bronze. No entanto, minutos depois, uma nova revisão reestabeleceu o resultado inicial, confirmando a prata. Tudo isso antes de Scheidt e Prada sairem da água.
A prata em Qingdao é a quarta medalha olímpica seguida de Scheidt, a segunda dessa cor e a primeira desde que ele mudou da laser para a star. Na classe anterior, o brasileiro fora ouro em Atlanta 96, nos Estados Unidos, e em Atenas 2004, na Grécia, além de conquistar a prata em Sydney 2000, na Austrália. Já Prada, bronze na finn nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg 99, no Canadá, conquista sua primeira medalha olímpica, que é também a 16ª da vela brasileira em Jogos Olímpicos e a segunda em Pequim 2008. Isabel Swan e Fernanda Oliveira conquistaram o bronze na classe 470 no começo da semana: foi a primeira do esporte nestes Jogos e também da história das velejadoras olímpicas do país.
Por fim, o resultado mantém a tradição do Brasil na classe star em Jogos Olímpicos. Antes da prata em Pequim 2008, a classe dera ao país quatro medalhas olímpicas, duas de ouro (Atlanta e Atenas) e uma de bronze (Sydney) com Torben Grael e Marcelo Ferreira e outra de bronze (Seul 88, na Coréia do Sul), com Torben e Nelson Falcão. Depois de sua da troca da laser pela star e da desistência de Torben Grael de tentar a vaga os Jogos de 2008 para se dedicar à Regata de Volta ao Mundo, Scheidt provou que pode continuar representando dignamente o Brasil na classe.