O governo federal pode até ter tentado reduzir o peso do reajuste dos combustíveis no bolso do consumidor, mas não conseguiu. A Petrobras anunciou o reajuste de 10% e 15% na tabela de preços da gasolina e do diesel, respectivamente, para as refinarias. Mas, em contrapartida, o governo reduziu a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis. Com isso, o impacto desse aumento deve ser de, no máximo, R$ 0,03 para o litro de gasolina e de R$ 0,17 para o litro de diesel, nas bombas dos postos. Mas há muito mais envolvido em um reajuste de combustível.  O aumento substancial do óleo diesel nas refinarias irá causar um impacto imediato nos valores dos fretes. O reajuste de 15% no custo do diesel irá refletir diretamente no setor de transporte, uma vez que o óleo é o principal insumo utilizado pelas empresas, chegando a representar até 40% na planilha de custos das transportadoras. De acordo com o Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Setcepar), Fernando Klein Nunes, este último reajuste irá representar um impacto nos custos entre 4,5% a 6%, variando conforme a distância operada. E o frete acaba por pesar nas mais diversas categorias de produtos, desde alimentos até móveis e eletroeletrônicos. Ou seja, vai sobrar, e bastante, para o bolso do consumidor.