A morosidade do Estado brasileiro para resolver os problemas do País é notória, mas isso não impede que o descaso ainda surpreenda, principalmente quando estão em jogo a vida das pessoas. Um exemplo é a falta de remédios excepcionais no Paraná. Reportagem da edição de hoje conta que algumas associações de pacientes dependentes de medicamentos excepcionais voltaram a queixar-se do problema, contrariando promessa da Secretaria Estadual de Saúde, que tinha garantido que tudo seria resolvido até o fim de junho. A maioria das entidades que respondeu à convocação da Comissão de Saúde de Assembléia Legislativa relatou problemas no fornecimento de medicamentos.
“Estamos diante de uma grande ameaça à vida”. Com essa frase, o Presidente da Associação de Assistência a Mucovisidose, Sérgio Sampaio, encerrou o pronunciamento das associações de pacientes que utilizam remédios excepcionais e sem exagero. É uma ameaça à vida anunciada. Não é à toa que o Ministério Público já chegou a pedir a prisão do secretário de Estado de Saúde, Cláudio Xavier, diante do descaso do governo neste caso. O que será que o governo está esperando? Alguma morte? Não há justificativa e nem desculpas para este desrespeito à vida. Não são obras que podem esperar até amanhã ou depois, ou lâmpadas apagadas que podem aguardar uma noite. São vidas.
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