Primeiro suplente do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), que na noite de quarta-feira renunciou ao mandato, Gim Argello (PTB) também é suspeito de irregularidades no Distrito Federal. Ele é investigado pela Operação Aquarela, da Polícia Civil do DF, por suspeita de grilagem de terras e desvio de recursos públicos. Argello tem 60 dias para assumir o cargo de Roriz, que abriu mão do mandato para evitar ser julgado pelo Conselho de Ética. A expectativa é de que tome posse semana que vem. Um triste retrato do que é a política brasileira. Enquanto um senador renuncia por conta de irregularidades, outro entra com um fardo de processos também.
O Conselho de Ética, porém, não poderá abrir processo contra Argello, segundo o senador Demóstenes Torres (DEM- GO), titular do colegiado, porque as supostas irregularidades são anteriores à posse como parlamentar. O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que o Senado só pode punir fatos ocorridos durante exercício do mandato. O político só poderia ter mandato cassado pelo STF ou pela Justiça Eleitoral. Perguntado se isso não é ruim para a imagem do Senado, Demóstenes respondeu: “Tem muitos aqui na mesa Casa na mesma situação”, afirmou. Estes são os homens que dirigem este País. Daí fica mais fácil entender porque tudo dá tão errado por aqui.
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