Sogra: um estereótipo universal. Mas existe sogra boa?

Jacir Venturi

Reprodução/Filme - Jane Fonda e Jennifer Lopez em cena no filme 'A Sogra" (2005)

No imaginário popular, a figura da sogra é frequentemente envolta em conotações pejorativas, protagonizando anedotas, tiradas jocosas ou desdenhosas. No entanto, essas brincadeiras geralmente têm o intuito de entreter, de zoar sem malícia. Afinal, como bem disse o poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321): “O riso aproxima o homem de Deus.”

O pesquisador Luís da Câmara Cascudo destaca que o estigma da sogra é universal, atravessando culturas e línguas, desde os tempos dos antigos gregos e romanos até os dias atuais. Mas existe sogra boa? Claro que existe! É a sogra da minha mulher! A resposta a essa pergunta é o ponto de partida para muitas tiradas hilárias.

Somos em sete irmãos e, muitas vezes, questionávamos nossa mãe, Dona Otília: – A mãe sempre dá razão para o genro ou para a nora! Com sabedoria, ela respondia: – Eu posso brigar com um filho hoje e amanhã estaremos bem. Mas, se eu brigar com um genro ou uma nora, pode levar anos para nos reconciliarmos.

Apesar das piadas e do folclore que envolvem a figura da sogra, vale lembrar que muitas delas desempenham um papel essencial na manutenção dos laços familiares, oferecendo suporte e conselhos em momentos difíceis. Assim como em qualquer relação, o afeto, o respeito e o diálogo são fundamentais para construir vínculos que superem os estereótipos. Afinal, por trás de toda sogra há uma mãe que estende seu amor além dos próprios filhos, acolhendo noras e genros como parte da família. Noras e genros que ela não escolheu!

Existe até o “Dia da Sogra”

Comemorado anualmente em 28 de abril, o Dia da Sogra foi instituído em 1957 pelo presidente Juscelino Kubitschek, coincidindo com um período em que funcionários públicos enfrentavam atrasos salariais e recorriam à ajuda das sogrinhas para sobreviver.

Chistes Populares e Piadas
Ao longo dos tempos, a sabedoria popular eternizou diversas frases jocosas sobre sogras:

Histórias Pessoais e Boas Risadas
Minha sogra Zuleika, já falecida, morava no Mato Grosso do Sul e muito nos ajudou na criação de nossos três filhos. Mulher sagaz, carismática e bonita, com quem tivemos uma convivência intensa e prazerosa, costumava me chamar de genro predileto. Um dia, ao desconfiar que dizia o mesmo ao outro genro, resolvi retribuir o elogio chamando-a de “sogra predileta”, mas, apesar de usar da mesma lógica, não me saí bem…

Outra “falha semântica” minha aconteceu ao tentar elogiar a feijoada da minha esposa: – Casei-me com sua filha por causa da feijoada! Sem perder tempo, ela sacou uma resposta genial: – Ah, não sabia que “a feijoada” mudou de nome!

Encerrando com Humor: “A Fila dos Esperançados”
Era um enterro inusitado: na frente um caixão e, ao lado, um senhor conduzindo um cachorro pela coleira, seguidos por uma fila de mais de 100 pessoas. Passando de automóvel, um motorista, intrigado com a cena, perguntou ao dono do cachorro:
– Perdoe-me senhor, mas quem faleceu?
– Minha sogra.
– E como isso aconteceu?
– Foi mordida por este cachorro.
– Quer vender o cachorro?
– Bom… só se entrar na fila.