Franklin de Freitas/Arquivo Bem Paraná

É incontestável que 2020 foi o ano do e-commerce no Brasil. Potencializado pela pandemia e o isolamento social, estima-se que o setor teve um faturamento de R$41,92 bilhões apenas nos oito primeiros meses do ano, de acordo com Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em pesquisa realizada com o Movimento Compre & Confie.

Com um ano tão positivo, as expectativas eram altas para 2021. Dada a continuidade das medidas de distanciamento e de isolamento social, a previsão era de que as compras online continuariam em ritmo acelerado de crescimento. Dito e feito: até agora, os resultados não estão decepcionando. De acordo com a Neotrust, o primeiro semestre do ano terminou com um valor histórico no consumo do e-commerce, com mais de R$74 bilhões de reais arrecadados e cerca de R$164 milhões de pedidos.

A atual crescente pode trazer, aos mais céticos, uma sensação de que em algum momento o e-commerce parará de crescer. Porém, o mercado vem demonstrando boas oportunidades para alçar voos ainda mais altos e os resultados devem começar a despontar já no Dia dos Pais, em agosto. Surpreendentemente, e contrariando as previsões de anos anteriores, os consumidores têm intenção de gastar mais nesta data do que no Dia das Mães. O ticket médio para o Dia dos Pais deve chegar ao valor de R$245, superando o Dia dos Namorados (R$ 240) e o Dia das Mães (R$ 210), segundo pesquisa da Shopee. E seguindo o bom prognóstico, ainda no segundo semestre, teremos o Natal e a Black Friday, datas extremamente relevantes para o faturamento anual do e-commerce.

Para atender os mais variados públicos que aderiram ao comércio online, as lojas devem prestar atenção aos métodos de pagamento ofertados, a fim de continuar crescendo no segundo semestre. Neste ano acompanhamos a evolução do Pix, lançado oficialmente em novembro de 2020. Tratado inicialmente apenas como um modo de transferir dinheiro de forma gratuita e instantânea, agora a tecnologia é aceita como meio de pagamento em grandes lojas virtuais, marketplaces e aplicativos de delivery, caindo nas graças dos consumidores. Além dos já tradicionais cartões de crédito e boleto, métodos alternativos de pagamentos vêm ganhando destaque nesse cenário. O Boleto Flash®, único boleto com confirmação de pagamento em menos de uma hora, atende, por exemplo, pessoas desbancarizadas ou que não queriam comprometer seu limite do cartão. Outra alternativa que tem chamado a atenção dos usuários é o cashback, solução que inicialmente disponibilizava apenas créditos em loja ou app referentes a um percentual do valor pago, e agora já permite reembolsos diretamente na conta do cliente.

O Brasil é um país bastante próspero para o e-commerce e o setor tem potencial para quebrar recordes de vendas no segundo semestre. A pandemia fez com que muitas pessoas fizessem compras online pela primeira vez ou com mais frequência, fidelizando clientes que testaram o serviço, confirmaram a praticidade que ele traz e agora confiam plenamente nele. Ela também foi desafiadora para muitos negócios, e o e-commerce se mostrou um respiro no meio do caos. Para além das descobertas que muitos fizeram com a praticidade do e-commerce, o avanço tende a ser algo perene. Para que isso aconteça, há muito o que evoluir em termos de tecnologia e segurança, mas estamos no caminho certo.

*Ralf Germer é CEO e cofundador da PagBrasil, fintech brasileira líder no processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo