Começou ontem o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Como era de se esperar os programas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) tiveram produções dignas de Hollywood. Na propaganda vinculada no rádio, Serra apostou em diversos jingles, feito em cima de músicas caipiras e do forró. O slogan mais dito era uma rima que dizia Para o Brasil seguir em frente, sai o Silva e entra o Zé. A transformação do José, para Zé foi uma das formas que o PSDB trouxe em seu programa para trazer uma imagem de homem simples de Serra. Durante o programa, Serra contou um pouco sobre a sua trajetória estudantil e seus planos de quando ingressou como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Não foram feitas críticas ao governo Lula. O programa na TV foi um pouco diferente, mas com as mesmas ideias de biografia e histórias de Serra.
Em frente
Já o programa de Dilma, intitulado Rádio Dilma 13, mostrou a biografia da candidata do PT e usou muitas vezes o lema seguir em frente. O presidente Lula por diversas vezes apareceu nas inserções sonoras e o principal slogan foi: Se o Lula tá com ela, eu também tô, mostrando que a estratégia de vincular a imagem do presidente a candidata continua firme. Seu programa de TV apresentou um outro formato, com direito a uma apresentação que parecia um trailer de filme e composto por entrevistas. Dilma era a personagem principal, mas pessoas ligadas a ela, como seu ex-marido, também davam seus depoimentos. Marina Silva (PV) falou principalmente sobre o meio ambiente e fez um alerta sobre a poluição e o aquecimento solar, mostrando diversas imagens de destruição.
Fora do ar
No primeiro dia de programas eleitorais no rádio e televisão, os partidos PCO, PCB, PSTU e PSC não apresentaram seus candidatos no rádio. No lugar dos candidatos, a mensagem horário reservado ao partido era divulgada.
Samba de uma nota só
O candidato à quinta reeleição como deputado federal, Affonso Camargo (PSDB), continua com o seu mote das outras campanhas. Ele foi o único candidato da coligação Novo Paraná que não apareceu. Em seu lugar foi colocada uma montagem ilustrativa e a narração: Garanta seu vale transporte, vote Affonso Camargo.
No escuro
Tanto os candidatos a deputado federal da coligação Novo Paraná, encabeçada por Beto Richa (PSDB), e A União Faz Um Novo Amanhã, com Osmar Dias (PDT) disputando a majoritária, estiveram escondidos em seus programas. O cuidado em deixar os nomes e números dos candidatos ao governo do Estado em destaque foi tanto, que os aspirantes à Câmara Federal ficaram em posições onde a luz estava mais fraca.
Gramática
Por enquanto o único partido que não tomou cuidado com erros nas legendas da propaganda eleitoral foi o PRTB. Quando os candidatos se referiam à Câmara dos Deputados, a legenda mostrava o nome do legislativo como camara.
Caseira
A gravação do PSTU para candidatos a deputado federal apresentou a única candidata do partido, Mariane de Siqueira. A gravação, que tudo indica ser caseira, apresentava muitos ecos, como se tivesse sido gravada em uma cozinha.
Cadê?
Já o PV, que se gaba por ser o partido com o maior número de candidatos, não apresentou nenhum deles. Quem apareceu foi o presidente do partido, Melo Viana, que explicou sobre a chapa verde. Será que as gravações não ficaram prontas a tempo?
Exclusividade
Os candidatos do PT foram os únicos que tiveram no fundo de suas propagandas a foto de Osmar Dias (PDT) e Dilma Rousseff (PT). Os demais candidatos da coligação A União Faz Um Novo Amanhã só tinham Osmar no fundo da tela.
Prisão perpétua
Pelo jeito, alguns candidatos não conhecem a Constituição brasileira e pelo menos dois deles são delegados, que precisam ser formados em Direito. Francischini (PSDB) promete colocar todos os presos para trabalhar, o que é proibido por lei, e Bradock (PMDB) defende a prisão perpétua dos traficantes, outra prática proibida. Já o candidato José Domingos (PSB) quer ser a voz dos desavergonhados em Brasília e promete fazer valer a Constituição.
Repeteco
A coligação A União Faz Um Novo Amanhã adotou o slogan Vamos que vamos na apresentação de seus candidatos a deputado federal. Porém o candidato Odílio Balbinotti (PMDB) se apresentou e emendou um sonoro o trabalho continua, que foi o slogan de Beto Richa na reeleição para prefeito em 2008.
Assembleia ou Câmara?
A candidata a deputada federal, Ana Policarpo (PSB) cravou: Conto com o seu voto para que a mulher tenha uma vaga aberta na Assembleia!. Não seria Câmara Federal?