“Bater” ou não, eis a questão

Da Redação

É voz corrente entre certa escola do marketing político que candidato que bate em adversários na propaganda eleitoral acaba perdendo voto, por conta da suposta rejeição do eleitorado à campanha agressiva. Nos últimos dias, essa máxima pode ser conferida tanto na campanha presidencial quanto na disputa pelo governo do Estado. No plano nacional, José Serra (PSDB) partiu para o ataque contra Dilma Rousseff (PT), responsabilizando a adversária pela quebra de sigilo fiscal de parentes e aliados. Após vários dias explorando exaustivamente o caso, porém, Serra se recolheu depois que as pesquisas apontaram que a estratégia não surtiu efeito. No plano local, Beto Richa (PSDB) surpreendeu ao abandonar a campanha propositiva para atacar diretamente Osmar Dias (PDT), exibindo no programa da segunda-feira à tarde, vídeo gravado na campanha de 2008, em que o pedetista declarava apoio à reeleição do tucano à reeleição. No programa da noite, porém, Richa retirou o vídeo do ar, o que indica que nas pesquisas qualitativas, o ataque foi mal avaliado. Osmar,  rebateu com outros dois vídeos, em que Richa declarava apoio a ele na eleição para o governo de 2006, e prometia ficar quatro anos na prefeitura, caso reeleito.

João sem braço
Depois de passar uma semana ignorando as acusações de José Serra, a campanha de Dilma reagiu escalando o presidente Lula para defendê-la. O petista apelou para a velha estratégia de acusar os adversários de baixaria, sem fazer qualquer referência direta às denúncias de quebra de sigilo.

Padrinho e madrinha
Osmar manteve a estratégia de continuar utilizando Lula como principal cabo eleitoral de sua propaganda. Agora também com o reforço de gravações de Dilma pedindo votos para ele.

Média
A campanha pedetista resolveu também fazer uma média com o candidato a vice-governador, deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB). Exibiu gravação de encontro de Lula com empresários em que o presidente o chama de José Alecarzinho, em referência ao seu próprio vice.

Transgênicos
Na defesa de Dilma, Lula – que ocupou mais de dois minutos do programa da candidata – afirma que o povo brasileiro saberá separar o joio do trigo. O problema é que muitas vezes o povo escolhe o joio.

Antecedentes
Falando sobre o Porto de Paranaguá, Richa prometeu realizar a dragagem. Só que a contratação exige licitação. Que ele não conseguiu fazer como prefeito de Curitiba, na questão do lixo.

Timing
O tucano prometeu também criar uma agência reguladora para tratar dos pedágios. Proposta que o adversário, Osmar Dias, já vem fazendo desde o início da campanha.

Astros
Hussein Bakri (PSDB) diz que a grande maioria dos deputados vira estrela, esquece as bases depois de eleito.

Segundo
Rubens Hering, candidato ao Senado pelo PV, pediu o segundo voto dos eleitores. Sabe que não tem chances de obter o primeiro.

Faxina
A crise no Legislativo estadual está sendo tema recorrente da campanha. Candidato a deputado estadual, o professor Adão (PSDB) promete combater os ratos da Assembleia. Já Raymundo Rocha Loures diz que lugar de bandido não é Assembleia.

Atrasado
Conhecido como amigo pessoal de Lula, o pecuarista Valter Sâmara (PTB), resolveu se candidatar a deputado federal. Aparece na propaganda com o tradicional chapéu na cabeça. Mas agora que o amigo não vai estar mais em Brasília?

Macete
E a professora Maria Tereza (PDT) usa um expediente curioso para fixar os números de sua candidatura: 1233. Pense nos doze apóstolos e na idade de Cristo.

No mesmo lugar

Em São Paulo, o candidato ao senado pelo PTC, Ciro Moura, cujo número é 360 usa como slogan a frase: para uma mudança de 360 graus, vote em Ciro. Lembra uma frase de um antigo programa de humor da televisão, em que um personagem político pregava: nem que for pra pior, nós vamos melhorar.