Hora da despedida

Da Redação

O último dia para os programas dos candidatos a prefeito na televisão serviu como uma espécie de resumo do que foi a campanha em Curitiba. Enquanto Luciano Ducci (PSB), Gustavo Fruet (PDT) e Rafael Greca (PMDB) ainda se digladiavam, Ratinho Júnior (PSC), não por acaso o líder das pesquisas, manteve a postura de bom moço, e de representante do novo contra a velha política na disputa da Capital. O candidato do PSC aproveitou para explorar os números favoráveis do último Ibope, a pedir o voto dos indecisos, a falar novamente de sua origem humilde, e a agradecer a todos, da equipe de produção ao pessoal do meu barracão. O fato é que Ratinho, visto inicialmente como azarão, soube aproveitar o vácuo deixado pelo desgaste dos grupos políticos tradicionais. E até quase o final da campanha, passou incólume pelas críticas lançadas pelos adversários. Tanto que ao contrário de outro fenômeno desta eleição, Celso Russomanno (PRB), em São Paulo, não só manteve como ampliou a vantagem nas pesquisas nesta reta final, mostrando que os questionamentos em relação a suposta falta de experiência e às propostas fantasiosas não colou. Já Ducci sofreu o desgaste de ter que defender sua administração em áreas sensíveis, em especial na saúde. Enquanto Fruet passou praticamente toda a campanha tentando explicar sua aliança com o PT. E Rafael Greca, como legítimo franco-atirador, surpreendeu e chamou a atenção pelas tiradas espirituosas, mas não a ponto de alavancar uma quantidade de votos suficiente para sustentar uma chegada ao segundo turno.

Traque
Rafael Greca havia prometido uma bomba para o último programa. Mas com metade do tempo ocupado pelo direito de resposta de Ducci, o peemedebista também limitou-se a também se despedir e a fazer um resumo do que mostrou durante a campanha. Mesmo no You Tube, onde colocou o programa na íntegra, o tom foi de resignação com o fim da propaganda.

Fora da ordem
Em seu direito de resposta, Ducci afirmou que Greca está desatualizado ao criticar a proposta de construção do viaduto estaiado sobre a avenida das Torres. Segundo ele, o dinheiro para a obra vem do PAC da Copa e só pode ser usado para esta finalidade.

Atendimento
Ducci também rebateu a acusação de uso da máquina pública na campanha eleitoral. Segundo ele, as imagens exibidas por Greca na qual aparecem funcionários do Hospital do Idoso foram motivadas por um atendimento a mãe de Célia Pereira, que havia sofrido um derrame. No programa, o prefeito exibiu depoimento de Célia confirmando a informação.

Sanepar
O prefeito igualmente rechaçou as acusações do peemedebista de que a prefeitura teria responsabilidade nos problemas que envolvem a Sanepar, lembrando que se trata de uma questão que envolve uma empresa de economia mista controlada pelo governo do Estado. E garantindo que a cidade tem mais de 80% de seu esgoto tratado.

Telecoteco
E o troféu desanimação da campanha vai para o jingle da candidata do PPL, Alzimara Bacellar, com aquele le lê iá. Mesmo assim, ela se despediu garantindo acreditar na força transformadora de Curitiba.

Fantasminha camarada
Já o troféu Gasparzinho vai para o candidato do PSol, Bruno Meirinho, o socialista que não assusta ninguém e mais parece concorrente a um cargo no DCE.

Locação
Avanilson Araújo (PSTU), que não conseguiu sair do traço nas pesquisas, avisa que depois da eleição, estará na periferia. Já que na prefeitura não deu mesmo.

Meias palavras
Um dos problemas da campanha de Fruet foi a falta de objetividade e clareza, seja na hora de atacar, se defender ou simplesmente capitalizar. O candidato se disse traído, mas nunca disse por quem. Começou a propaganda escondendo o PT, e depois tentou abraçar Dilma. Aponta Ratinho Júnior como um risco de aventura, mas nunca nomeia o adversário.

Quem?
Na propaganda de ontem, um exemplo dessa falta de clareza. Fruet colocou no ar uma série de depoimentos de supostos populares falando porque vão votar nele. A certa altura, alguém diz que vai votar no pedetista porque se recorda do que a irmã dele fez para a educação. Como se todo mundo conhecesse Eleonora Fruet, e soubesse que ela foi secretária municipal de Educação. Com um detalhe agravante: ela foi secretária na gestão de Ducci.