“Show” de estagnação e mesmice na TV

Bem Paraná

Os dois primeiros dias de propaganda eleitoral na televisão já foram suficientes para perceber que não se deve esperar nada de muito novo nessa campanha. Em termos de linguagem, o marketingo político televisivo brasileiro permanece estagnado desde o final dos anos 80, quando Fernando Collor e Lula protagonizaram a primeira eleição direta para presidente após 21 anos de governos militares. Desde então, pouco mudou e os programas repetem, em geral, as mesmas estratégias batidas. Muita produção, imagens e jingles que procuram envolver os eleitores muito mais na base do emocional, do que em efetivamente estabelecer um debate político esclarecedor. Quando aos candidatos em si, o mesmo panorama de mesmice, com promessas genéricas e superficiais, que se limitam a questões pontuais, sem realmente discutir os problemas estruturais do País. Nesse cenário, a disputa política segue sendo muito mais um show midiático do que uma oportunidade para o Brasil e os brasileiros refletirem sobre sua realidade e projetarem um futuro para o País. Depois ninguém entende porque a maioria da população segue alheia e distante, e a política totalmente desacreditada.

Autofagia
Alguém precisa avisar para os deputados Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), Chico Noroeste (PSC) e para candidato Belinati, filho do deputado Antonio Belinati (PP), tomarem cuidado com os cacófatos. São expressões com som desagradável provocado pela combinação de duas palavras. Os três começaram frases na propaganda de ontem com a horrível expressão como deputado.

Dono da bola
E adivinha quem foi o primeiro a aparecer na propaganda dos candidatos a deputado estadual do PSDB. Valdir Rossoni, presidente estadual do partido e candidato à reeleição para a Assembleia.

Infame

E já começou o desfile de trocadalhos do carilho e suas rimas pobres. Luiz Accorsi (PSDB) pede vote no titio, 45.000.

Volume
O líder do PSDB na Assembleia e candidato a reeleição, Ademar Traiano, parece nervoso. Alguém podia dizer pra ele que depois da invenção do microfone, não é preciso mais gritar para ser ouvido.

Nova fase
Conhecido pelo dinamismo, o deputado Fabio Camargo (PTB) mudou de estilo. Adotou um tom de voz meigo na primeira aparição da TV. 

Pidão
Já o pastor Edson Praczyk (PRB) não quer apenas o seu voto. Me dê a mão, pediu ele.

Gargarejo
A presidenciável do PV, Marina Silva, está precisando tratar da garganta. Em suas aparições nos programas dos candidatos do partido no Estado, deu pena. Ela mal conseguia terminar a frase com o fio de voz que restou.

Xenofobia e fé
Sargento Pedroso (PRTB), pelo jeito, não quer o voto dos imigrantes. Siga-me quem for brasileiro, diz. Já o Sargento Jensen (PRTB) avisa: creio na Bíblia e que a corrupção será vencida.

CDF
A propaganda do candidato ao Senado, deputado federal Ricardo Barros (PP), exagerou. Já de cara afirma que desde pequeno, no colégio, ele já mostrava ser garoto esforçado. E que o pepista se formou engenheiro em apenas quatro anos.

Boletim

E o momento minha vida escolar não parou por aí. Vice de Beto Richa, o senador Flávio Arns foi apresentado ontem pelo tucano. Que devolveu contando que Richa foi seu aluno do colégio Bom Jesus. Só não esclareceu se era um bom aluno, nem se tinha boas notas.

Bucólico
No programa do PSOL tem gaita, passarinho, favela, campo de várzea, garoto andando de skate, e é claro, sol. Afinal, como diz o jingle do partido, a esperança e o sol há de brilhar.

Hein?
O candidato do PSOL ao governo, Luiz Felipe Bergmann, fez um discurso confuso ontem, na estreia na TV. Sobre os adversários, candidatos das elites, afirmou que nossa escolha deixa-os desorientados, porque o que eles pensam é diferente do que nós pensamos.

Esquizofrenia
O presidente do PT do B, Danilo D’Ávila, afirmou ontem na campanha que o partido apoia José Serra (PSDB) para presidente e Osmar Dias (PDT) para o governo. como merecedor do apoio do partido. Serra tem como candidato ao governo no Estado Beto Richa, enquanto que Osmar apoia a presidenciável Dilma Roussef (PT).