“Se não fosse estes policiais, talvez eu nem estivesse com meu filho mais aqui. Salvaram a vida dele, nem sei como agradecer. Foi um milagre de Deus que colocou eles no meu caminho”, disse emocionada a jovem mãe Jéssica Jaqueline Alves de Lima, durante o reencontro no final da tarde desta sexta-feira (15/05), dos policiais militares da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE), do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), com o recém-nascido Enzo Gabriel, de apenas 24 dias de vida.
“Estou sem palavras, não sei como descrever a emoção vivida naquele dia. Só quem é pai entende essa felicidade. Até mesmo minha esposa ficou feliz quando falei para ela sobre o salvamento”, contou o soldado Wanderlei, enquanto, também emocionado, ninava Enzo em seus braços. Mas não foi só ele, toda a equipe policial não poupou carinhos ao bebê, que em um momento, mesmo sendo ainda tão pequeno, até parecia querer acariciar o rosto do policial que o salvou.
Os soldados Evangelo Petersen de Azevedo, Wandeley Rodrigues dos Santos, Anderson Junior da Silveira e Renato Rocha de Oliveira escolheram a tarde de sol para rever Enzo, a família e entregar um mimo personalizado ao garoto: uma caneca da RONE com o nome dele e uma frase que resume, coincidentemente, o pensamento tanto da família quanto dos policiais que ajudaram Enzo. ‘Foi Deus quem nos colocou no seu caminho’.
Movidos pela emoção de salvar a vida do pequeno Enzo, a equipe conheceu um pouco mais sobre o bebê nesta sexta-feira em uma chácara, no bairro Tatuquara em Curitiba (PR). A família, por diversas vezes, elogiou a humanidade dos policiais que estavam em patrulhamento na terça-feira (12/05) na marginal da Linha Verde, sentido Hauer, quando foram abordados pela família pedindo socorro, e não hesitaram em ajudar.
“Como diz na lembrança [caneca] que eles trouxeram, foi, com certeza, Deus que colocou-os no nosso caminho, pois se não fosse por eles, talvez hoje eu não estive aqui com meu filho nos braços”, ressaltou o soldado do Exército Brasileiro, Willian Rodrigues Pedroso, 20 anos, pai de Enzo, que no momento do afogamento estava trabalhando. “Foi um grande susto, achei que minha esposa estava me ligando para dizer que estava com saudades, mas era pra contar que o Enzo tinha passado por isso. Só posso agradecer aos policiais”, completa.
O CASO – O pequeno Enzo se afogou na terça-feira quando sua mãe Jéssica, de apenas 20 anos, deu a ele um pouco de chá. “Logo depois do banho dei um pouco de chá para o Enzo, mas após fazê-lo arrotar percebi que começou a vomitar, e não estava conseguindo respirar. Pedi ajuda para minha mãe, que mora em frente à minha casa e, então, junto com meus tios rapidamente fomos para o hospital 24h em dois carros: eu no primeiro e o meu bebê no veículo de trás, pois eu estava tão nervosa que nem tinha condições de segura-lo”, explicou a mãe do recém-nascido.
Segundo a jovem, quando estavam na Linha Verde, indo para o pronto-socorro no pinheirinho já, sua tia, que estava no carro com o bebê, avistou a viatura da RONE e pediu ajuda para a equipe. “Eu estava no carro da frente e acabei não vendo os policiais, mas minha tia viu e quando paramos o carro vi que soldado estava aspirando o narizinho do Enzo, tentando salvar ele”, contou a Jéssica. “De repente vi ele vomitar de novo e respirar”, completa.
De acordo com o soldado Wanderlei, que socorreu o bebê, sua equipe ia atender uma ocorrência quando foi abordada pelos familiares de Enzo, que estavam desesperados. “Nós estamos preparados pra atender a todo tipo de situação, tanto para combater o crime quanto para salvar vidas, mas quando nos deparamos com uma situação como esta, é especial, principalmente porque acima de tudo prezamos pela proteção da vida”, pontuou o militar estadual.
De acordo com os policiais da equipe que atenderam o bebê, a distância entre a residência da família e o local do atendimento é 8 km, um trecho considerável para um recém-nascido aguentar afogado. “Sem falar que até chegar ao posto e ser atendido, talvez não desse tempo… Foi um milagre, com certeza”, frisou Jéssica que não parava de beijar seu filhinho.
De acordo com o sargento Eduardo, comandante da equipe RONE que realizou o atendimento e também acompanhou os familiares até a unidade de saúde, os policiais estão preparados para atender a essas adversidades. “Não estamos só tirando criminosos das ruas, também salvamos vida. Nesse caso demos uma sobrevida para que o Enzo pudesse chegar até o posto onde foi atendido”, explicou o sargento.
“Esse tipo de atendimento quebra a rotina dos policiais, que, muitas vezes, só veem coisas ruins pela frente, é uma situação que enobrece o trabalho da equipe, emociona”, avalia Eduardo. “É muito bom saber que a família também estava a nossa procura, que queria nos agradecer; ficamos contentes em saber que a comunidade reconhece a importância do nosso trabalho seja ajudando um pequeno bebê ou retirando marginais do seio social”, completa o sargento.
“O atendimento dos policiais foi imprescindível. Além de desafogarem o Enzo, eles ainda foram até o posto onde agilizaram o atendimento”, contou a avó do bebê Rosinéia Aparecida Alves, que também fez questão de agradecer aos policiais. Enzo ainda foi encaminhado ao Hospital Pequeno Príncipe, onde passou por exames que constataram que tudo estava bem.
Por: PMPR