Projeto Cidade Jr.

Número de veículos aumenta oito por cento ao ano em Curitiba

Capital paranaense tem média de 1,7 veículo por habitante. Nos horários de pico, cidade quase pára

Sindy Uiara Molina

O aumento de até 8% ao ano na frota de veículos que circulam por Curitiba tem se tornado preocupante. Os 500 carros que entram diariamente em circulação na capital levam o trânsito a beira o caos. Somando-se aos cerca de 1,043 milhão que já ocupam seu espaço, segundo o Departamento de Transito do Estado do Paraná (Detran-PR), o aumento revela uma média de menos de duas pessoas por veículo. A média de 1,7 supera o da maior metrópole do país, a cidade de São Paulo, cujo índice é de 2,5 pessoa por veículo e perde apenas para Brasília 1,2.

A lentidão no trafego toma proporções caóticas nos horários de pico, entre as 7h e 8h, e entre 18h e 19h30, quando grande parte da frota está em uso. É nesses horários que o taxista Airto Luiz de Freitas leva até 15 minutos a mais para fazer um percurso de apenas 10 km. Segundo o motorista, a mudança que viu nos últimos 50 anos foi drástica. Para ele a única solução é restringir a aquisição de veículos. “As pessoas vão continuar comprando carros e depois de um tempo tudo volta a ficar caótico. A única solução é dificultar a compra”, opina.

Segundo o engenheiro Marcelo de Freitas, do Setor de Mobilidade, da Urbanização de Curitiba (URBS), o principal fator da crise é a falta de estrutura da cidade, “as cidades foram planejadas há décadas, a população cresceu, assim como a frota; mas a área da cidade é limítrofe, continua a mesma. A cidade não foi estruturada para a demanda do trafego que existe hoje”, afirma. As obras da linha verde, que visam facilitar o uso de transportes coletivos, a escala de horários de estacionamento, e os binários que estão sendo implantadas por toda a capital, segundo Freitas, são algumas das medidas tomadas para melhorar a qualidade viária e facilitar o tráfego. As soluções, no entanto, têm prazo de validade, “Se a tendência é frota crescer sempre, é preciso que as políticas e obras de trânsito também passem por manutenção sempre”, conclui.

Alternativas — Outras medidas, além da escala de horários para estacionamento e obras, já estão sendo analisadas pela Autarquia opções para reduzir o trafego em Curitiba.  Entre elas, estaria o pedágio urbano que limita o trafego de veículos no centro da cidade por meio da cobrança de taxas para circulação. Outra alternativa, seria o rodízio de veículos, que prevê a alternância dos carros cujas placas têm final par e impar.

A primeira solução, segundo o gerente de Serviços de Táxi e Transporte Comercial da URBS, José Carlos Gomes Pereira Filho, é uma medida totalmente impopular. “Somente as pessoas que trabalham na área de transito a consideram viável cobrar pedágio”, argumenta. Já o rodízio de placas é considerado uma medida de pouco resultado. “Privar as pessoas do uso de seus veículos é uma medida drástica que só devera ser tomada em situações limites”, reiterou.

Uma terceira opção, ainda em planejamento, é a implantação do metrô. Segundo a URBS as licitações das empresas que deverão fazer o planejamento da obra já estão sendo analisadas e espera-se que as obras possam ser iniciadas até 2014.

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