Perfil: Newton Goto ( Curitiba)
Os percursos de Goto

Goto atua com diferentes linguagens artísticas e tem trabalhos realizados em espaços abertos da cidade, em circuitos artísticos autônomos e dentro de espaços museológicos e institucionais de arte. Foto Kraw Penas/SEEC
Artista, pesquisador, curador e produtor com ênfase em arte experimental, contextual, relacional, socioambiental, circuitos artísticos autônomos, ativismo cultural, espaço público, cartografia participativa.
Goto oferece inúmeras possibilidades de olhar. Para a arte, para os artistas, para o outro. No trajeto percorrido por ele há saídas, sinais abertos e fluxo contínuo. Mostra que não existe apenas um caminho, mas várias maneiras de construir um percurso.
O artista trabalha com a percepção, a subjetividade, a crítica cultural, o que está latente e o que está invisível na sociedade, com as várias camadas sobrepostas das sensações, do pensar, do que está na rua e do que está na esfera do sentir, de um coletivo palpável e ao mesmo tempo abstrato.
Trabalho que exige técnicas e táticas, dedicação e um constante exercício de repensar o estabelecido, revisar os códigos preexistentes e formar, dessa maneira, novos conteúdos, narrativas e rotas.
A relação com o outro, primordial na sua história, permite que esse envolvimento participativo seja oxigênio para transformar os lugares e as práticas – mesmo quando somente numa escala de micropolítica – e oportuniza também experiências de apagamento de fronteiras entre artista e público.

“As imagens nos luminosos inspiram-se nas pinturas de Mondrian, entretanto a plasticidade é resultado do mapeamento de construções desocupadas, construções subutilizadas e lotes vagos no centro de Curitiba. Cada imagem é uma parte dessa região – o bairro Centro – cuja unidade cartográfica pode ser reconstituída mentalmente.”, diz Goto. Instalação Cidade vazia, exposição Coisa pública, Museu da Gravura Cidade de Curitiba, 2011 (Foto: Marssares).
Entre algumas de suas proposições artísticas destaca-se a exposição “Coisa Pública” (2001) e as obras “Cidade Vazia” (2011), “Desligare” (2006-2007) e “Ocupação” (1999-2000). Idealizador e coordenador, desde 2001, da EPA! Expansão Pública do Artista, entidade autônoma voltada à reflexão histórica e crítica sobre o circuito artístico e ao estabelecimento de redes de trabalho colaborativo em arte e cultura. Idealizador, curador e coordenador dos projetos Circuitos compartilhados (Brasil, desde 2002), Livre-troca (2016-2017), Rotação de culturas (Brasil, 2014) e Galerias subterrâneas (Curitiba, 2008). Idealizador e cofundador do coletivo de artistas E/Ou (Curitiba, 2005-2013), que a partir de 2008 realiza a série de trabalhos Descartógrafos. De 2005 a 2009 e de 2010 a 2012 foi membro do Colegiado Setorial de Artes Visuais, entidade de representação da classe artística vinculada ao Conselho Nacional de Política Cultural.

Vila de Superagui, 2001. Uma das 10 montagens gráficas com desenhos de 50 crianças da Vila, a partir de atividades de desenho orientadas na localidade desde 1995.

Oficina de serigrafia e montagem de ateliê serigráfico.
Projeto Revelando Olhares dos Moradores da Ilha do Mel. Associação dos Moradores Nativos da Ilha do Mel. Conta Cultura, Compagás: Ilha do Mel, Paranaguá-PR (2004)

Oficina de arte Linguagens da Arte Urbana: Arte contemporânea e suas linguagens de inserção no espaço público/Território Rio Ivo (2013).
Doutorando em Poéticas Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS (desde 2016); Mestre em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRJ (2004); Especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP (2000). É artista visual desde 2001.
Coordenou em 2016 o projeto “Livre-Troca” (https://livretroca.redelivre.org.br), um intercâmbio entre artistas da Região Nordeste e da Região Centro-Oeste do Brasil, que agrega um artista de cada um dos 13 estados que compõem as duas regiões e uma representação dos Territórios Indígenas. A proposta, que teve várias etapas de realização e está em sua fase final, funda-se na reflexão, debate e produção textual sobre a estruturação dos circuitos artísticos estaduais e na curadoria em vídeo sobre circuitos autônomos de artes visuais nessas localidades. Os conteúdos textuais e os registros fotográficos produzidos serão veiculados num website, e os títulos em filme e vídeo exibidos na mostra serão compilados em DVD e reproduzidos em tiragem restrita visando compartilhamento de acervo entre os participantes, instituições culturais, faculdades de arte e museus. Agora, Goto começa a preparar outro “Circuitos Compartilhados”, antecessor do “Livre-troca”.
Goto estabelece conexões e diálogos, fios condutores de toda a sua poética visual, documental e artística.
Para saber mais: https://newtongoto.wordpress.com