Obra A Casa de Todos aproxima o público com interação e acesso gratuito. Foto Shigueo Murakami

A Casa de Todos– uma casa de crochê instalada no Museu Municipal de Arte (MuMA), chega à reta final no dia 31 de março, após dois meses de acolhimento e prática, como oficinas, ações e conversas com o público, que pode interagir diretamente com as/os artistas participantes.

A obra feita em formato de casa coberta por peças de crochê recebeu grande público nas suas duas edições: Rua da Cidadania Matriz (Centro) e agora no MuMA (Portão). Os participantes puderam conhecer aspectos que relacionam arte têxtil, história, registro, comunicação e sustentabilidade, ampliando as reflexões sobre o fazer, ser e estar no mundo.

O projeto foi idealizado pela artista plástica Leila Alberti, com apoio na confecção manual feita por alguns artistas e pelo coletivo de crocheteiras Lucianas & Marias. A visitação pode ser feita de terça a domingo, das 10h às 19h, com entrada gratuita.

Prática cultural e fazer coletivo

Uma das propostas desta obra, de acordo com Leila Alberti, é o recolhimento ou a participação nas ações dentro da instalação/casa, valorizando o pausar na rotina do ir e vir, com o intuito de ser um lugar de acolhimento e aprendizado num momento em que o individualismo social está se tornando exacerbado. “A ideia é proporcionar um ambiente favorável para as práticas culturais, um território de aprendizados trocas e um espaço lúdico na pausa do transitar, ou seja, que é breve e passageiro”, pontua a idealizadora do projeto. 

Nas vivências que a artista teve, nestas duas etapas na casa, dedicou-se com afinco em incentivar a valorização do fazer coletivo e resgatar as artesanias na intenção de desmistificar as questões de gênero, imposições sociais e preconceitos sexistas que a sociedade carrega.

O olhar em cada história

A artista sentiu a necessidade de aprofundar o olhar para as artesãs, considerando suas origens, suas individualidades e suas referências. E também sobre como o saber-fazer tradicional valoriza um grupo de artífices do crochê, afirmando e reconhecendo a construção das identidades individuais e coletivas. A cada peça apresentada pelas crocheteiras, aprendizes ou visitantes havia uma história para contar da infância, das avós, mães e dos encontros para tecer.  

Ela reforça: “A ideia de criar um ambiente artístico e social com significado profundo para interagir, habitar e conviver, mesmo que de forma impermanente, utilizando o crochê como recurso de comunicação neste trabalho foi e é extremamente importante para fomentar a autoestima e trazer para as artesãs a sensação de pertencimento social e o efetivo empoderamento, fazendo com que as artesanias representem uma forma de resistência e independência, passando a ser a voz de expressão dessas mulheres no mundo. A experiência da Casa de Todos revelou uma positiva parceria entre artesãos e artistas que deverá, contudo, ter apoio dos órgãos governamentais e locais, uma vez que seus resultados manifestem-se diretamente na própria construção da cidadania e da economia local”, conclui Leila.

Realização

A Casa de Todos foi um projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura (SECC) e Governo do Estado do Paraná; Realização: Cultural Office, Apoio: Havan; Incentivo: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Apoio da Fundação Cultural de Curitiba

Serviço:

Instalação A Casa de Todos

Museu Municipal de Arte (MuMA)

Local: Av. República Argentina, 3430

04 de fevereiro a 31 de março de 2023

Período expositivo: 04 de fevereiro a 31 de março de 2023

Funcionamento para visitação: 10h às 19h, de terça a domingo.

Entrada gratuita