A qualidade ainda não devidamente reconhecida de TH Approval

Leopoldo Scremin

T.H.Approval vem sendo um dos principais reprodutores no Brasil.

No último fim de semana tivemos a vitória do tordilho Mstraubarry na primeira etapa da Taça Quati, em 2.500 metros. Em poderosa atropelada, derrotou bons nomes e mostrou que este ano disputará as principais provas do Hipódromo da Gávea na “milha e meia”. 

Na verdade, o tordilho do Stud Hulk já havia feito uma excelente apresentação no Grande Prêmio Duque de Caxias (G2), enfrentando a primeira turma do Rio de Janeiro. No entanto, depois de sofrer grande prejuízo na reta de chegada teve que se contentar com a quarta colocação. 

E a atuação de Mstraubarry chama a atenção para seu pai, T.H.Approval. O também tordilho que serve como reprodutor na Haras Phillipson mais uma vez venceu uma prova importante. Não foi uma prova graduada, porém pelo nível técnico facilmente poderia ser. 

Em um momento em que cada reprodutor estreante é altamente louvado a cada vitória, talvez T.H.Approval seja – injustamente – um pouco esquecido. O norte-americano teve sua primeira geração estreando em 2012, quando ainda era pouco aproveitado pelo Haras Phillipson. 

Já nesta geração, mesmo tendo muito poucos animais am campanha, T.H.Approval apresentou três ganhadores de prova de grupo: Gusto Dolce – GP 25 de Janeiro (G2); Generoso – GP Piratininga (G2); Gaudi – 2 Grupos 3 e um Listed; além de dois vencedores de provas especiais e colocados em provas de grupo. 

Com certeza com estes resultados ele seria muito festejado hoje em dia, uma vez que o exito de reprodutores importados é altamente ressaltado. E vale lembrar que nesta época, ao contrário de hoje, T.H.Approval não recebia tantas chances na reprodução. 

Sua segunda geração também foi com poucos animais corridos, assim como no ano seguinte (gerações 2010 e 2011). Se destacaram os vencedores clássicos Honesto, Haraquiri e Istar. Porém, a consagração ainda estava por vir. 

A geração “K” do Haras Phillipson colocou T.H.Approval em outro patamar, o que só melhorou nos últimos anos. Com Kit Kat Jet fez segundo no Grande Prêmio Derby Paulista (G1), Kiwi Grand Sweet fez segundo no Grande Prêmio Ipiranga (G1), Kiss Me Now trouxe o primeiro “grupo 1” para T.H.Approval, que no ano seguinte teve sua grande afirmação. 

Lepate Goose venceu nada menos que cinco provas de graduação, incluido uma de Grupo 1. Linda Le, Lo Felipe e Loves in the Air também foram vencedores clássicos. No ano seguinte foi a vez de Mama Mia (G1), Miss Carola (G2), Mary Jane (G3), Mem Cade Cê (Listed), My Toya Sunshine (Prova Especial e invicto), além de Mstraubarry. 

No ano de 2019 sua geração foi a mais fantástica, já que produziu a ótima Namasse (Grupo 1) e o múltiplo ganhador de Grupo 1, Não Da Mais. 

Das oito gerações corridas até 2016, foram 152 filhos de T.H.Approval corridos, com 104 vencendo. Destes, 16 foram vencedores de provas graduadas e 45 se colocaram nestas provas. 

Filho do tríplice coroado canadense With Approval, tem em sua linha materna o argentino Potrilazzo. Nas pistas venceu sete vezes, sendo quatro clássicas (San Juan Capistrano Invitational Handicap – G2 por duas vezes; Sunset Breeders’ Cup Handicap – G2 e Del Mar Handicap – G2). 

Ainda em campanha teve três segundos em provas de Grupo 2 e um em prova de Grupo 1. Sua principal prova foi o Breede’s Cup Turf (G1), em 2006, quando terminou na oitava colocação. 

Enfim, um animal que foi muito bom nas pistas, é um reprodutor que já confirmou sua qualidade, além de ter uma linha baixa rara no turfe nacional.

Seria muito interessante ver outros grandes haras apostando em T.H.Approval, até porque com as linhas que temos no Brasil, uma mistura delas pode enriquecer ainda mais nossa criação. 

Um grande exemplo disso é Não Da Mais, que hoje é um dos maiores handicaps do América do Sul. Ele vem de um cruzamento muito interessante de T.H.Approval no velocista Pitu da Guanabara, um filho de Ringaro, que assim como o pai de T.H.Approval descende do tordilho irlandês Caro.