No último fim de semana um cavalo treinado em Curitiba fez bonito no Jockey Club de São Paulo. Não só fez bonito, mas se colocou em uma posição invejável para qualquer puro sangue de corridas. Ele está a uma prova de se tornar Tríplice Coroado.
Mestre do Iguassu foi comprado pelo Haras Rio Iguassu ainda desmamado, chegando ao haras que fica em Tijucas do Sul para ser recriado. Com o ótimo trabalho da equipe comandada pelo Dr. Alan, ele foi evoluindo até estrear no Jockey Club do Paraná.
Correu provas clássicas na pista de areia, onde conseguiu colocações importantes. Mas foi quando ele pôs as patas na pista de grama que realmente pôde provar toda sua categoria.
Venceu em setembro o Grande Prêmio Ipiranga (G1), primeira prova da Tríplice Coroa Paulista e chegada emocionante. Não menos emocionante foi sua vitória do último dia 05, quando derrotou o paulista Não Da Mais no Grande Prêmio Jockey Club de São Paulo (G1), segunda prova da Tríplice Coroa Paulista.
Agora o filho do craque Glória de Campeão tem a missão de vencer o Grande Prêmio Derby Paulista (G1), que será disputado em 2.400 metros na pista de grama. A prova acontece em novembro e deve reunir os principais potros de 3 anos do Brasil.
Se vencer, Mestre do Iguassu alcançará um feito realizado por pouquíssimos animais no país, se tornar Tríplice Coroado. No Jockey Club de São Paulo apenas dez cavalos conseguiram alcançar este feito desde 1933. Nesta lista estão dois paranaenses, que por coincidência foram os últimos a conseguir o feito.
A dificuldade de se tornar tríplice coroado passa pela alternância de distâncias e o pouco tempo entre as provas. A primeira prova acontece em setembro, em 1.600 metros. Um mês depois o desafio passa a ser em 2.000 metros, sendo finalizado em novembro com o Derby, na distância de 2.400 metros.
Além do curto tempo para a alternância de distâncias, também existe a dificuldade de não se enfrentar sempre os mesmos competidores. Pode-se enfrentar um especialista em provas na milha em setembro e outros completamente diferentes em novembro, que já estão sendo preparados há mais tempo para correr os 2.400 metros do Derby.
Enfim, uma tarefa árdua que realmente coloca o nome do cavalo na história. Tivemos em 2001 o cavalo paranaense Roxinho conquistando a Tríplice Coroa Paulista, feito repetido em 2013 pelo também crioulo do Haras Valente, Fixador.
No ano passado o cavalo Halston quase conseguiu o feito. Ele chegou a vencer as três provas, porém foi desclassificado no Grande Prêmio Jockey Club de São Paulo e não conseguiu a tríplice coroa.
Agora é a vez de Mestre do Iguassu adentrar a pista com esta chance única. Com certeza os turfistas do Brasil inteiro irão parar para ver a história sendo escrita. E se depender da torcida paranaense, ao fim dos 2.400 metros do Derby Paulista veremos mais um paranaense receber a coroa de flores que só os grandes craques da história têm o direito de usar.