Procrastinação: por que deixamos tudo para a última hora?

Clarissa Ribeiro

Você já deixou uma tarefa para depois? Já terminou um relatório bem em cima do prazo, mesmo depois de ter tido muitos dias para fazer? Que atire a primeira pedra quem nunca procrastinou alguma atividade. Esse comportamento tornou-se uma das maiores dificuldades que enfrentamos na nossa rotina! Mas, afinal, por que agimos assim?

A definição vem do Latim procrastinatus, em que “pro” significa “pra frente” e o cratinus:”amanhã”, ou seja, “é a evitação ou adiamento de uma ação a tal ponto que isto gere prejuízos em alguma área da vida do indivíduo”. Leva a aumento do estresse, acúmulo de tarefas, menor produtividade, sensação de fracasso” (Costa e Talask).

A procrastinação então é um comportamento bastante complexo pois pode aparecer a partir de diversas situações diferentes, ele pode surgir de forma constante na nossa rotina influenciado por uma série de fatores psicológicos e emocionais.

Muitas vezes, ele é visto ou tratado como preguiça ou como falta de disciplina ou motivação. Mas o ato de procrastinar é uma estratégia, um tanto quanto disfuncional, que muitas vezes utilizamos para regular as nossas emoções desconfortáveis a curto prazo. Por exemplo, podemos ficar incomodados quando precisamos fazer uma tarefa e estamos inseguros com relação à nossa capacidade de realizá-la com êxito. Essa insegurança pode gerar angústia e assim procrastinamos a execução da atividade, adiando também o sentimento de angústia proporcionado por ela.

A procrastinação pode vir então de um excesso de autocobrança, de inseguranças, de crenças de incapacidade, de pensamentos automáticos de desvalorização de si próprio e até ser sinal de alguns transtornos mentais. A depressão, a ansiedade e o transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (TPOC) são exemplos de transtornos que apresentam esse comportamento procrastinador como sinal ou sintoma. Por essa razão, é importante que a gente entenda o que realmente está por trás desse comportamento da procrastinação.

Se você sente que está procrastinando muito e se você se percebe que isso está atrapalhando sua rotina e/ou suas relações, saiba que o processo terapêutico pode te ajudar a entender as origens desse comportamento e te ajudar a buscar estratégias para minimizar esses impactos. A terapia é um processo bastante individualizado, que promove o entendimento das emoções e o autoconhecimento necessários para a identificação dos fatores de origem da procrastinação, bem como ajuda a desenvolver habilidades para que você possa lidar melhor com esses comportamentos disfuncionais e com suas emoções.