Muhammad Ali, um dos maiores esportistas de todos os tempos, morreu no último dia 3 de junho, aos 74 anos. Ali se tornou um dos maiores não apenas porque foi multicampeão no boxe, mas também porque usou sua fama e seu prestígio para tentar fazer um mundo melhor. Era defensor ardoroso dos direitos dos negros (bastante discriminados nos Estados Unidos em sua época) e recusou-se a lutar na Guerra do Vietnã por ver que tratava-se uma causa ridícula (o governo norte-americano não deixou barato e cassou seus títulos).
Como se trata de um dos maiores esportistas do mundo, Ali obviamente teve seus momentos no cinema. Segundo o site IMDb, ele aparece como ele mesmo em 148 filmes (a maioria documentários ou filmes para a TV). De todas as produções envolvendo o pugilista, as duas de maior destaque são as seguintes:
Quando Éramos Reis (1996)
Documentário que conta os bastidores da “Luta do Século”, entre o então campeão George Foreman e o então desafiante Muhammad Ali, no Zaire. Ali havia sido derrotado por Foreman anteriormente. No Zaire, ele usou uma estratégia diferente, derrotou o rival e recuperou o título de campeão dos pesos-pesados (spoiler? Esse spoiler prescreveu em 1974). Além de Ali e Foreman, várias outras personalidades estão no filme, como o empresário de boxe Don King, o então presidente do Zaire Mobutu Sese Seko e os músicos James Brown e B.B. King. Ganhou o Oscar de Melhor Documentário.
Ali (2001)
Cinebiografia do campeão de boxe, desde o início até os dias de luta e de glória. Will Smith interpreta o pugilista e ficou bastante parecido com ele — tanto que acabou indicado ao Oscar de melhor ator (perdeu para Denzel Washington, por Dia de Treinamento). Claro que o ponto alto é a “Luta do Século”. Mas o filme mostra também momentos da vida íntima do pugilista. Ali era também um marido controverso, um ativista, um religioso — batizado Cassius Marcellus Clay, mudou de nome quando se converteu ao islamismo. O tom é tão fiel que às vezes até parece documentário.