Bourne, Bond e a paranoia do século 21

Redação Bem Paraná

Jason Bourne tornou-se um personagem clássico do recente cinema de espionagem. Entre outros motivos, porque está muito bem contextualizado no século 21 – ao contrário de James Bond, por exemplo. As histórias de A Identidade Bourne (2002), A Supremacia Bourne (2004) e O Ultimato Bourne (2007) quase se misturam e funcionam bem como uma trilogia. Mas não havia como resistir às possibilidades de espionagem com Bourne. A primeira tentativa foi expandir o universo e fazer um filme com outro agente, Aaron Cross (Jeremy Renner), em O Legado Bourne. Não deu muito certo, e os produtores resolveram tirar o Bourne de Matt Damon de sua toca. Assim começa Jason Bourne, que estreia nesta quinta-feira (28) em Curitiba.

A grande diferença de Jason Bourne, o filme, é que desta vez o agente interpretado por Matt Damon pelo menos sabe quem é. Ou melhor, sabe que não é mais David Webb. Nem poderia. Seu treinamento o tornou alguém com capacidades superiores às do homem comum – e do espião comum também. Ciente disso, e ciente do que eram os projetos Treadstone e Blackbriar, Bourne sumiu do mapa. Agora, está algum lugar entre a Grécia e a Macedônia, ganhando a vida com lutas ilegais. Eis que ele é reencontrado por Nicky Parsons (Julia Stiles), que conseguiu desenterrar alguns segredinhos – entre eles, os que envolvem o pai de David Webb, Robert.

Contudo, ao fazer isso, Nicky despertou a atenção da CIA. Em especial de uma agente, Heather Lee (Alicia Vikander), que comunica ao seu superior, o diretor Robert Dewey (Tommy Lee Jones), uma tentativa de invasão dos sistemas da Agência. A partir daí, o quarto capítulo de Bourne – novamente dirigido por Paul Greengrass – repete as perseguições gato-e-rato dos filmes anteriores em vários lugares do mundo. Não é um demérito; as cenas prendem a atenção até seu desfecho.

A realidade que vem junto com o filme, entretanto, é mais aterradora. Afinal, agente da CIA que se preze nunca é quem diz ser. Eles estão lá para proteger as pessoas ou para vigiá-las? É certo fazer as pessoas abrir mão de suas liberdades em troca de uma promessa de segurança? Jason Bourne mostra que o mundo, dentro de suas paranoias, está cada vez mais monitorado 24 horas em tempo real. Não há como resistir à espionagem.

 

Os outros filmes de Bourne

A Identidade Bourne (2002)

Um homem acorda sem memória, boiando no mar, após ser baleado. Quando ele se recupera, sua única pista é um chip implantado em seu quadril. A partir daí, ele descobre que é uma “arma humana”. E é por isso que muitos o querem morto. Com a ajuda da uma amiga, Marie, ele tenta escapar dos perseguidores e descobrir a verdade sobre o nome Jason Bourne.

 

A Supremacia Bourne (2004)

Dois anos após o primeiro filme, Jason Bourne leva uma vida anônima ao lado de Marie. O passado como matador ficou para trás. Contudo, um agente russo aparece na vila onde moram e Marie morre quando o carro dirigido por Bourne cai na água. Isso, somado a uma ameaça internacional de perseguição, faz Jason rever velhos inimigos.

 

O Ultimato Bourne (2007)

Bourne está sumido novamente, até que se depara com uma matéria em um jornal de Londres que especula sua existência e faz com que ele volte a ser um alvo. Nessa corrida para se manter vivo, Bourne descobre pormenores dos projetos Treadstone (que o criou) e Blackbriar (uma nova geração do Treadstone) e pode, enfim, descobrir quem realmente é.

 

O Legado Bourne (2012)

Depois que Bourne revelou publicamente o projeto Treadstone, a CIA passa a apagar ligações do governo dos Estados Unidos com projetos sigilosos. Um deles é o Outcome. Com seu fim, os agentes pertencentes ao programa passam a ser eliminados a mando do próprio governo. Aaron Cross (Jeremy Renner) é um deles, mas consegue escapar.