Charlize Theron bota para quebrar em ‘Atômica’

Redação Bem Paraná

Demorou, mas os produtores de Hollywood finalmente se renderam à atriz Charlize Theron em papéis de filmes de ação. A atriz sul-africana de 42 anos e porte atlético já havia feito ‘Aeon Flux’, anos antes, mas o filme caiu no esquecimento. Mais recentemente, ela brilhou como a Furiosa de ‘Mad Max: Estrada da Fúria’ e apareceu na franquia ‘Velozes e Furiosos’. A fúria dela na tela não deixa dúvida: ela bota para quebrar. Nessa nova seara, a atriz estrela ‘Atômica’, um thriller de espionagem que se passa no fim dos anos 80. O filme estreia nesta quinta-feira (31) em Curitiba.

Em ‘Atômica’, Charlize é Lorraine Broughton, uma agente especial inglesa. Ela sabe falar alemão, sabe falar russo, é mestra em combate corpo a corto, é perita em armas de fogo e de corte. Ou seja, uma pessoa perfeitamente talhada para tarefas naqueles alucinantes anos 80, em que a espionagem política grassava no planeta. De um lado, havia a norte-americana CIA; de outro, a soviética KGB (sim, naqueles tempos ainda havia União Soviética). Um tempo em que a grande regra da espionagem – não se pode confiar em ninguém – fazia mais sentido que nunca.

A missão de Lorraine Broughton é em Berlim, às vésperas da queda do muro da vergonha, em 1989. Ela entra na cidade em 2 de novembro – o muro viria abaixo no dia 9 – e tem que achar um agente secreto inglês que foi morto pelos russos. Ou melhor, ela tem que achar um dossiê que estava em posse desse agente secreto e que contém uma lista de diversos espiões (ela inclusive). Nas mãos erradas, sabe Deus o que essa lista poderia causar. A missão lhe é confiada pelo chefe do MI6, o serviço secreto inglês, e por um diretor da CIA a quem a agente não queria por perto. Há motivo para isso: no mundo da espionagem, não se pode confiar em ninguém.

Em Berlim, seu contato é David Percival (James McAvoy), um espião que consegue ter bom trânsito nos dois lados da cidade alemã. Ou seja, consegue passar pelo muro sem grandes problemas. Claro que nunca é demais lembrar que não se pode confiar em ninguém.

O roteiro de Antony Johnson repete alguns clichês do gênero, mas a direção de David Leitch tem alguns méritos. Um deles é a ambientação nos anos 80, com direito a trilha sonora da época – incluindo os alemães Peter Schilling e Nina. Também há valorização nos movimentos de câmera em perseguições por Berlim e em cenas de luta. Claro que Charlize, ou Lorraine, tem que lutar pacas (nas filmagens, a atriz perdeu dois dentes). Afinal, quantas vezes é preciso dizer que não se pode confiar em ninguém? Quer dizer, dá para confiar em Charlize Theron. Ela bota para quebrar.