Kirk Douglas, o invencível, o eterno Spartacus, completou 100 anos nesta sexta-feira (9/12). Ele próprio credita a longevidade à sua alma gêmea, Anne, a mulher com quem está casado há 63 anos. Nesta sexta-feira, ele e Anne, de 97 anos, foram o centro de uma recepção para 200 convidados, preparada pelo filho, Michael Douglas, e a nora, Catherine Zeta Jones, em Hollywood.

Nada mau para um filho de um imigrante russo analfabeto. Nascido em 9 de dezembro de 1916, em Amsterdam (Nova York), Issur Danielovitch Demsky foi, durante muito tempo… ninguém. Mas estudou, fez-se ator. E virou um exemplo de virilidade com papéis como o escravo Spartacus. E olhe que não era especialmente alto: media 1,75 no auge da forma. Mas Kirk também fez papéis mais intimistas, como o Van Gogh em Sede de Viver. Recebeu três indicações ao Oscar. Nunca venceu.

Nessas horas, o padrão é fazer uma lista de cinco ou dez filmes para rememorar os cem anos de Kirk Douglas. Mas ele ganha uma lista de onze. Um vai de bônus. Ele merece.

 

O Tempo Não Apaga (1946)

Barbara Stanwyck, grande estrela, era a protagonista. Martha Ives, sua personagem, era uma mulher poderosa casada com um policial bêbado, Kirk. Do passado dela, surgia Van Heflin. Conta a lenda hollywoodiana que Barbara não teria prestado nenhuma atenção a Kirk.

 

O Invencível (1949)

Kirk é o pugilista Midge Kelly, que alcança a fama à custa de pisar nas outras pessoas, principalmente aquelas mais próximas. Primeira vez que Kirk foi indicado ao Oscar – as outras foram por Assim Estava Escrito (1952) e Sede de Viver (1956)

 

A Montanha dos Sete Abutres (1951)

Neste filme de Billy Wilder, Kirk é Chuch, um jornalista inescrupuloso e frustrado por trabalhar num jornal pequeno em Albuquerque. Ele explora uma história de um homem preso em uma caverna para alavancar a carreira e voltar a um jornal de uma cidade grande.

 

Ulisses (1954)

Nesta adaptação do épico do grego Homero, Kirk Douglas interpreta o papel principal, o do grego Ulisses, que vive diversas aventuras em dez anos no mar. Mas ele é dado como morto e sua mulher, Penélope (Silvana Mangano), começa a receber outros pretendentes

 

Sede de Viver (1956)

O pintor Vincent van Gogh ganha uma interpretação primorosa de Kirk Douglas, indicado ao Oscar. O ator consegue transmitir bem os momentos de brilho do pintor holandês, bem como os momentos em que ele se tortura – por exemplo, o episódio em que corta a própria orelha.

 

Vikings – Os Conquistadores (1958)

Kirk Douglas é o vilão Einar, um príncipe viking que disputa o amor de uma princesa, Morgana (Janet Leigh) com um escravo, Eric (Tony Curtis). A caracterização de Kirk, com um olho de vidro, chamou atenção na época.

 

Duelo de Titãs (1959)

Papel mais marcante de Kirk Douglas em filmes de Western – e olhe que ele já interpretou o lendário Doc Holliday em Sem Lei e Sem Alma. Douglas é o xerife Matt Morgan, que tenta levar o filho de um velho “amigo”, Belden (Anthony Quinn), à justiça por estupro e assassinato.

 

Spartacus (1960)

O papel mais famoso da carreira do ator. Kirk Douglas é Spartacus. Um escravo que vira gladiador. Um gladiador que desafia o império romano (opa, parece aquele filme do Russell Crowe…) ao liderar uma revolta de gladiadores contra o já decadente império romano.

 

Os últimos durões (1986)

Archie Leach (Kirk Douglas) e Harry Doyle (Burt Lancaster) são uma dupla de ladrões que, já na casa dos 70 anos, sai da cadeia. Ainda são durões, a ponto de espancar uma gangue de jovens com facas. Mas, sem se adaptar à terceira idade, os dois resolvem cometer um último assalto.

 

Os puxa-sacos (1994)

Kirk é Uncle Joe, um milionário aparentemente meio moribundo e sem filhos. Por isso, ele se vê cercado de sobrinhos puxa-sacos, todos doidos para que ele morra logo e deixe uma herança milionária. O único que gosta mesmo dele é o sobrinho Daniel (Michael J. Fox).

 

Illusion (2004)

Foi o último filme do ator no cinema, lançado quando ele tinha 88 anos. Kirk é Donald Baines, diretor de cinema outrora poderoso, mas que agora encara a reta final de sua vida. Enquanto espera a morte, ele cai num sonho em que três fantasmas mostram a vida do seu filho.