King Kong está de volta à telona. O histórico macaco gigante, que tem uns 27 metros de altura e um punho do tamanho de um helicóptero, é a grande estrela de Kong: A Ilha da Caveira, que estreia nesta quinta-feira (9) em Curitiba. É quase um Kong 4.0. Afinal, trata-se de um projeto diferente dos outros filmes com o primata – embora todos eles tenham uma cena de luta entre Kong e um réptil de tamanho dinossáurico.
King Kong foi criado especificamente para o cinema. Em 1933, a Metro lançou o primeiro filme, ainda em preto-e-branco, sobre um macaco gigante (entre 10 e 12 metros) encontrado por um grupo de cineastas na Ilha da Caveira. Carl Denham, o líder da trupe, planeja levar Kong a Nova York nos anos 30 para faturar dinheiro em cima. Que grande ideia, não? O símio se “apaixona” pela mocinha interpretada por Fay Wray e a leva para o (na época, novíssimo) Empire State Building, onde acaba abatido. Os efeitos visuais eram impressionantes para a época.
Em 1976, o diretor John Guillermin fez um remake com Jessica Lange no papel da mocinha. É uma trama mais anos 70, em meio à crise do petróleo – os homens encontram a Ilha da Caveira porque procuram por petróleo. O ponto alto do filme não é o Empire State, e sim o World Trade Center – sim, as torres gêmeas que não mais existem. O macaco em si tinha 27 metros na tela, mas era tosco. Um homem se vestia de símio nas tomadas de longe e, para as cenas de perto, havia uma cabeça de macaco e uma mão mecânica gigante.
Em 2005, O senhor-dos-aneis Peter Jackson resolveu refilmar o clássico original com a mais moderna tecnologia disponível. Um Kong extremamente realista foi criado em computador, bem como outras criaturas exóticas – como tiranossauros e pterossauros. O enredo ignora o filme de 1976 e repete o clássico: o macaco se apaixona pela mocinha (Naomi Watts), é levado a Nova York, sobe no Empire State, etc, etc, etc. O filme faturou vários Oscars técnicos, como o de efeitos visuais.
O filme de 2017 tenta romper com os anteriores na medida do possível. É ambientado nos anos 70. Em 1973, Bill Randa (John Goodman) tenta organizar uma expedição a uma ilha perdida (a tal Ilha da Caveira). Além de procurar um irmão, que teria se perdido por ali na Segunda Guerra Mundial, ele busca o Titan, uma cura para todas as doenças. A expedição reúne militares liderados pelo coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson) e tem o rastreador James Conrad (Tom Hiddleston) e a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson).
A vantagem de A Ilha da Caveira é dar algumas explicações que ficaram faltando nos filmes anteriores. Por exemplo, como pode uma ilha perdida no Oceano Pacífico ter criaturas gigantescas? Como pode ter criaturas que em tese não existem? Como pode nela haver um gorila africano quase bípede – os gorilas têm grande dificuldade de ficar eretos em duas pernas – com 27 metros de altura? E como pode esse macaco ser levado de lá? Ao tentar responder a essa pergunta, o filme usa outra artimanha: ambientar-se 95% do tempo na ilha.
A verdade? Kong– A Ilha da Caveira é parte de um projeto mais ambicioso: colocar Kong para, futuramente, lutar contra o réptil Godzilla, outro monstro clássico dos cinemas. Para isso, é necessário um filme de origem diferente dos anteriores – e também é preciso de um macaco bem grande, já que Godzilla mede uns 60 metros. A luta fica para uma produção a ser lançada em 2020.