Arthur (Fabrice Luchini) e César (Patrick Bruel): amigos até o fim
Arthur (Fabrice Luchini) e César (Patrick Bruel): amigos até o fim (Foto: Divulgação)

O que cada pessoa faria se tivesse três meses de vida? Uma refeição? Iria chorar para valer? Iria mandar tudo à *? ‘O Melhor Está Por Vir’, filme de Matthieu Delaporte e Alexandre De La Patellière que estreia nesta quinta-feira (5) em Curitiba, pode ajudar a responder a essa pergunta. Mas não de uma maneira clássica. E sim de uma maneira subvertida, bem típica da comédia francesa.

No filme, o introspectivo Arthur (Fabrice Luchini) diz ao seu melhor amigo, César (Patrick Bruel), que tem apenas três meses de vida. Culpa de um câncer. César, por sua vez, é uma pessoa cheia de vida. E larga tudo para viver os últimos momentos com o amigo. Um pouco por curiosidade – quer ver o que o amigo faria antes de morrer – e um pouco por solidariedade mesmo. Não é agora que iria deixar o amigo desamparado.

A premissa básica do filme – o que cada pessoa faria se soubesse que está com os dias contados – vira uma espécie de competição entre os amigos. César sugere: um amigo escolhe uma coisa, outro amigo escolhe outra coisa, ambos têm que fazer todas as coisas. O contraste é evidente: César é energético e quer consumir a vida. Arthur é neurótico, cheio de freios, propenso a deixar que a vida o consuma. Contudo, as coisas não são como parecem. Arthur admite que há um grande mal-entendido nessa história toda…

Embora trate de um assunto sério e desconfortável, ‘O Melhor Está Por Vir’ consegue ser leve e descontraído ao abordar a fragilidade da vida. E dá uma alfinetada no comportamento padrão desses tempos em que todos estão conectados. As pessoas dão cada vez mais importância ao mundo virtual e cada vez menos ao mundo real. Dez mil amigos virtuais valem mais que um amigo real? Se é para se ter os dias contados, melhor passá-los ao lado de uma amizade real e verdadeira.