Sem Carrie Fisher, como fica ‘Star Wars’?

Redação Bem Paraná
Carrie Fisher na época do lançamento de Star Wars: O Despertar da Força: ela pode ter saído de cena, mas sua princesa Leia não (foto: Divulgação)

A atriz Carrie Fisher, a terna princesa Leia dos filmes de Star Wars, morreu na terça-feira (27), aos 60 anos, e deixou uma pergunta no ar: como ficará a saga? Embora mórbida, dada a perplexidade global pela morte, essa pergunta faz sentido por duas razões. Primeiro, porque ela esteve em O Despertar da Força (2015), o sétimo filme da série, e ainda há mais dois a serem lançados, em 2017 e 2019. Segundo, porque trata-se de um caso em que a personagem tem mais peso que a intérprete.

Carrie Fisher sofreu um ataque cardíaco durante um voo na última sexta-feira (23), enquanto viajava de Londres, na Inglaterra, a Los Angeles, nos Estados Unidos. Ela estava na Inglaterra para filmar o seriado Catastrophe e promover o livro de memórias Diários da Princesa, no qual revelou ter tido um affair com Harrison Ford à época das filmagens de Star Wars. A atriz foi levada por paramédicos para um hospital após o avião pousar no aeroporto LAX. Na terça, um porta-voz da família divulgou a notícia de que o pior havia acontecido.

Filha da atriz Debbie Reynolds com Eddie Fisher, Carrie Fisher fez o nome em Hollywood graças aos três primeiros filmes da série Star Wars. Sua icônica princesa Leia era uma das protagonistas de Uma Nova Esperança (1977), O Império Contra-Ataca (1980) e O Retorno do Jedi (1983). Embora tenha 90 produções em sua filmografia, nenhuma outra atingiu relevância sequer perto disso. Entre os três protagonistas da trilogia original, que retornaram para mais três filmes, esse fenômeno aconteceu também com Mark Hamill, o Luke Skywalker. Já Harrison Ford, o mercenário Han Solo, tem em seu currículo outros dois heróis de peso — o aventureiro Indiana Jones e o caçador de androides Rick Deckard, de Blade Runner. Curiosamente, é Ford quem não deverá estar em Star Wars: Episódio VIII

Ontem, os produtores de Star Wars afirmavam que o oitavo filme da série já foi filmado em julho e agora está em fase de pós-produção. Nessas filmagens, o trabalho de Carrie Fisher está encerrado — e o trabalho de Kenny Baker, que interpreta o robô R2D2 e que morreu e agosto, também. A história não foi divulgada; sabe-se que ficará mais focada na relação da jovem Rey (Daisy Ridley) com o jedi veterano Luke Skywalker (Hamill).

Se a morte da atriz significar uma mudança no roteiro, de modo que a personagem eventualmente saia de cena, cenas digitais poderiam ser adicionadas. Isso pode acontecer no Episódio VIII sem causar grandes estresses aos produtores. Quanto ao Episódio IX, cujas filmagens só começam em 2018, se a personagem estiver escalada, terá de ser inteiramente recriada em computação.

Não é um caso inédito. Em Gladiador (2000), o ator Oliver Reed morreu durante as filmagens. O roteiro foi alterado, os produtores recorreram a um dublê digital em algumas cenas do treinador de gladiadores Proximus e em outras ocasiões os cortes na edição disfarçam o fato de que Reed não estava lá. Em Velozes e Furiosos 7 (2013), Paul Walker sofreu um acidente fatal quando ainda restavam algumas cenas a serem feitas. O irmão dele o substituiu em algumas cenas e outras foram recriadas digitalmente.

A resposta à pergunta lá de cima, aliás, está na própria saga. Em Rogue One: Uma História Star Wars, que estreou há duas semanas, o diretor Gareth Edwards incluiu o personagem Grand Moff Tarkin. Quem o interpretou em Star Wars: Uma Nova Esperança (1977) foi Peter Cushing, morto em 1994. A equipe escalou o ator Guy Henry para o personagem, mas o rosto dele foi substituído por uma recriação em computação gráfica da face de Cushing. A própria Carrie Fisher aparece em Rogue One — ou, ao menos, uma versão jovem dela, recriada em computador. Afinal, Carrie Fisher pode ter saído de cena, mas a princesa Leia não.

Ford, Hamill e Carrie: o trio Episódio 4: Uma Nova Esperança
5: O Império Contra-Ataca 6: O Retorno do Jedi
7: O Despertar da Força