Design, sustentabilidade e personalização passaram a ser determinantes nas escolhas de consumo da Geração Z, formada por pessoas nascidas entre 1997 e 2010. Estudo da consultoria First Insight aponta que 62% desses jovens preferem marcas sustentáveis e 73% estão dispostos a pagar mais por produtos eco-friendly.

A mudança de comportamento amplia o papel das embalagens, que deixam de ser apenas proteção do produto e passam a integrar a comunicação entre marcas e consumidores. Segundo a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), empresas têm investido em design, novas tecnologias e soluções criativas para se diferenciar e fortalecer sua identidade no mercado.

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Comportamento de compra dos jovens nascidos entre 1997 e 2010 impulsiona inovação e posicionamento das marcas. Crédito: Divulgação

No setor de beleza, já se destacam as chamadas wearable packagings — perfumes em pingentes, maquiagens em chaveiros e batons adaptados para capinhas de celular. Para a estudante de jornalismo Clarisse Benony, de 21 anos, “quando a embalagem é bonita, bem pensada e conversa com o estilo, a vontade de experimentar aumenta, mesmo sem conhecer a marca”.

A jornalista Gabriele Freitas, de 25 anos, avalia que a personalização transmite a sensação de exclusividade, o que incentiva a compra. Ela acrescenta que a funcionalidade é um fator decisivo, já que modelos com dosadores ou fechos evitam desperdício e tornam o uso mais prático no dia a dia.

Empresas de embalagens têm buscado atender essa demanda. O CEO da Packster, Jack Strimber, afirma que investir em diferenciação ajuda as marcas a construir conexão mais forte com os consumidores, aumentando reconhecimento no ponto de venda e nas redes sociais. Ele destaca ainda a importância da escolha das cores e do desenvolvimento de soluções recicláveis e compostáveis, que aliam sustentabilidade e estética.

A tendência é confirmada por pesquisa da McKinsey & Company: 35% dos brasileiros atribuem aos proprietários de marcas a responsabilidade de liderar a transformação em direção à sustentabilidade, seguidos por produtores de embalagens (22%) e órgãos reguladores (14%). O levantamento mostra também que produtos com alegações de sustentabilidade cresceram 28% nos últimos cinco anos, contra 20% de produtos sem esse apelo.

Para a estudante Sofia Papalini, de 22 anos, “o fato de a embalagem ser sustentável já aumenta muito as chances de compra. Se for também personalizada, melhor ainda”.