A primeira vez em uma corrida de obstáculos

Vinicius Boreki

Depois de encarar a trilha, foi a vez de enfrentar a lama, o lago, o parkour e muito mais na Corrida de Obstáculos, no dia 26 de maio

Assim como já disse ao fazer minha primeira corrida em trilha, sou essencialmente um corredor de rua. Procuro sempre treinar para melhorar a postura, a cadência e o comprimento dos passos, além de melhorar os meus tempos.

Antes da prova

Dito isso, não sabia exatamente o que esperar da Corrida de Obstáculos, realizada pelo Grupo Uninter no dia 26 de maio. A descrição era clara: mais de 40 obstáculos em 3,5 quilômetros. A questão era: “O que vem pela frente” Por não saber ao certo o que enfrentaria, optei por fazer a inscrição no modelo “treinamento” e não na “competição”, o que significa que poderia fugir de qualquer obstáculo, se assim o desejasse.

No dia, um sábado típico curitibano, nublado e com uma garoa extremamente fina, cheguei ao 20 BIB, no Bacacheri, e me dei conta do que seria a prova. Como estava na quarta e última bateria do treinamento, pude acompanhar as pessoas chegando, correndo ou andando, com as roupas cheias de lama e indo tomar banho em um caminhão mangueira do exército.

Preciso fazer um intervalo aqui para dizer que gosto muito de esportes e de atividades físicas, mas tenho certa preguiça de me molhar e seguir correndo, assim como ficar com lama pela cintura. Mas, já que estava lá, bora enfrentar, não é mesmo?

Concluindo no pós-lama!

A largada foi às 10h15, com um grupo de aproximadamente 30 pessoas, entre homens e mulheres. Basicamente, você corre por uns 200/300 metros e logo tem a primeira poça de lama, com água até a altura dos joelhos. Não pensei duas vezes e segui o caminho, tentando correr ou andar o mais rápido possível. Ainda estava tentando não sujar as mãos, até prender o pé e ter que me apoiar para não ir de cara na lama. Batizado feito, vamos em frente.

A prova se divide em duas fases muito claras: a primeira na floresta, e a segunda no asfalto. Na mata, além da lama, é preciso atravessar um lago (nadando ou segurando em uma corda), subir e descer morros com cordas ou escorregando, simular um tiro, rastejar na lama e etc.

Na segunda parte, os desafios são mais urbanos: fazer barra, carregar peso, pular muros, escalar cordas, além de uma espécie de parkour, no qual é necessário encontrar a forma mais rápida de superar os obstáculos. Confesso que, apesar do que disse antes, me senti muito mais à vontade no mato do que fazendo a etapa do parkour.

O resultado

Na largada, perguntei a um homem, que parecia bem preparado, em quanto tempo ele estava esperando fazer: “1h15” foi a resposta. Considerei aquele tempo o meu alvo – como corredor, a gente sempre estabelece um objetivo – sem saber se aquilo seria bom ou ruim.

Aquele banho recompensador, porém gelado

Concluí a prova em 50 minutos, em primeiro de minha bateria, com uma sensação de bem-estar muito grande. Até o banho de mangueira foi gostoso, apesar do friozinho. Como os estímulos são variados, você não sente a fadiga clássica da corrida de rua, especialmente nos tornozelos, joelhos e quadris.

Uma experiência que certamente será repetida no futuro, de preferência em um dia um pouco mais quente!

Dicas

Algumas dicas se você pretende fazer algo do tipo:

– Use o seu tênis mais velho, porque você pode imaginar como ele vai chegar ao fim do percurso.

– Use calça e camiseta de manga comprida, pois você vai evitar arranhões e pequenas lesões.

– Se você é do tipo competitivo e está bem fisicamente, pode se inscrever direto na categoria “competição”.

– Deixe de lado o nojinho e vá viver essa experiência!