
Em 2017, começamos um novo estilo de vida no mundo das corridas: viajar para correr! Fomos para o Rio de Janeiro fazer a Meia Maratona e, desde então, sempre que vamos viajar procuramos alguma prova no local ou, quando tem uma prova bacana que queremos fazer, organizamos uma viagem para tal. Com isso, além do Rio, já corremos em São Paulo, Florianópolis, Camboriú, Santos, Belo Horizonte, nos Estados Unidos, Canadá… E agora podemos riscar mais uma cidade: João Pessoa!
Já estávamos com planos de morar no nordeste por alguns meses este ano, mas ainda não tínhamos definido as localidades ou datas. Em maio, achei a Meia Maratona de João Pessoa no Instagram: prova plana, internacional, em lote promocional… Por que não? A partir da inscrição, começamos a planejar o restante da temporada no nordeste.
Chegamos em João Pessoa uma semana antes da prova, no dia 8 de novembro. Um calor que nem o mais nordestino estava aguentando. Fizemos alguns treinos de manhã e à noite para nos acostumarmos com a temperatura e já sabíamos que não seria nada fácil: em um sentido era um bafo de calor (mais para uma sauna) e a falta do vento. No oposto, o vento contra parecia um paredão!
Pré-prova
Na sexta-feira que antecedeu a prova fomos retirar o kit em um shopping. Filas e mais filas! Nos lembramos da retirada nada agradável da Meia das Gerais, em agosto, e já desanimamos. Mas, apesar da fila longa, os atendentes foram muito rápidos: scanner com QR Code, sacolas semi-prontas, agilidade. O kit veio com camiseta, viseira, alguns brindes de patrocinadores, como salgadinho e barra de cereal.
Dia D
Chegamos no local da prova com meia hora de antecedência, aproximadamente. Deixamos algumas coisas no guarda-volumes e fomos nos preparar para a largada. O tempo parecia estar bom, clima animado, locutor agitando a galera. Meu espírito não estava dos melhores, mas… Vamos lá.
Largada às 6h da manhã. O percurso saia do Busto de Tamandaré e percorria a orla até Intermares, em Cabedelo, cidade vizinha a João Pessoa. Até os 5km estava tudo nos conformes, com ritmo bom. Mas foi só me melecar com uma suplementação que o negócio desandou. Esse negócio de hidratar e suplementar sem parar não é comigo, hahaha.
Próximo dessa parada, a primeira surpresa da prova: um caminhão pipa banhava os corredores, maravilhoso! A vontade era de ficar por lá, tomando banho (vide outros corredores), mas precisávamos seguir rumo.
Não sei ao certo qual o espaçamento das hidratações, mas em momento algum senti sede. Para nossa surpresa, todos os postos estavam com água bem gelada, essencial para beber e molhar o corpo, que estava fervendo. Perto dos 10k também tinha um posto com isotônico e muitos tambores para jogar o lixo no caminho.
O retorno
Tudo que vai, volta. E que volta. Foi difícil… além do sol que já pegava, um vento que segurava até canhão. Foi preciso força para conseguir chegar. Um pouco mais demorado do que o melhor tempo, mas com certeza com muita superação em um visual lindo.
Agora a prova aos olhos de quem foi um pouquinho mais rápido do que eu!
Fica para outra vez o sub 1h30 — sem grilo, nenhum
Em 2019, fiz uma única meia maratona séria – a Meia de Curitiba, ainda em fevereiro, com 1h37. Depois, as meias maratonas foram sempre como preparação para a maratona: ou seja, em ritmo de treino longo. Ainda assim, fiz 1h35 na Meia Maratona Internacional de Curitiba, em agosto. Por outro lado, em uma prova de 18 kms em São Paulo, em julho, teria fechado os 21 kms para 1h27.
Logo, fechar em menos de 1h30 seria algo factível, em tese, especialmente por ser uma prova plana. Já no primeiro treino em João Pessoa, a percepção mudou: não adianta correr que nem louco, é preciso ser estratégico: o problema não era o calor, mas o vento. Optei por largar a um ritmo de 4’15/4’20 e seguir nele, o que já dificultaria baixar de 1h30, mas me permitiria sobreviver sem quebrar.
Mesmo com a sensação de mais de 30 graus já na largada, às 6 da manhã, cheguei ao retorno dos 10,5 quilômetros dentro da meta, mas sabia que, devido ao vento, iria perder tempo na segunda parte. Com a ventania na casa de 25/30 km/h contra, é como se você estivesse correndo em uma subida eterna. O tempo final foi de 1h33’20”. Esses três minutos foram justamente a diferença entre a primeira e a segunda metades e dão o tom da dificuldade.
Dentro das condições oferecidas, o resultado foi bem positivo. Mesmo corredores de João Pessoa e de cidades próximas (como Recife, Maceió e Natal) reclamaram da intensidade do calor e, sobretudo, do vento. Mais uma prova concluída, mais bagagem na mente (sobre como encarar o calor e o vento) e mais uma cidade conhecida por meio da corrida. Dá para reclamar?