Reprodução/This11 – O esquema 4-1-4-1 do time principal e o 4-4-2 da equipe de aspirantes

O meia-atacante Pedrinho, 20 anos, pode assumiur a posição que era de Bruno Guimarães no Athletico Paranaense. Na entrevista coletiva da última quarta-feira (dia 4), o técnico Dorival Júnior afirmou que o novato está sendo preparado para se encaixar no esquema tático da equipe principal.

Dorival Júnior vem armando a equipe no 4-1-4-1, com apenas um volante — Wellington é o titular. Na linha de quatro do meio-campo, o técnico utiliza dois extremos pelos lados do campo — Nikão e Carlos Eduardo, por exemplo. Completam a linha dois médios-centro (Cittadini e Erick). O técnico deu entender que pretende usar Pedrinho ali, como médio-centro.

NOMENCLATURA
O termo médio-centro se refere ao meio-campista que se aproxima do volante para organizar o meio-campo e, na fase ofensiva do jogo, tem a liberdade para invadir a área adversária para finalizar. Era como jogava Bruno Guimarães em 2019.

No Brasil, essa função é vulgarmente chamada de “segundo volante”. É um termo ultrapassado, que provoca confusões. Até porque alguns times jogam com dois médios-centro e sem volantes. E fica bizarro afirmar que uma equipe está jogando com “dois segundos volantes”. Não faz sentido. É preciso atualizar a nomenclatura do futebol brasileiro, que era razoável para descrever o futebol dos anos 80 e 90, mas inadequada para o jogo atual.

Além disso, vários times usam o 4-2-3-1 com dois “primeiros volantes”: um pela esquerda e outro pela direita. Não há “segundo volante” nesses casos. Portanto, é mais uma daquelas expressões antiquadas, como “quarto zagueiro”.

ENGANCHE
A palavra volante também dá a falsa impressão que o jogador tem atribuições mais defensivas do que ofensivas. Aliás, essa palavra só possui conotação defensiva no futebol brasileiro. Nos países de língua espanhola, todos os meias são volantes. Os meias mais ofensivos (os donos da camisa 10) são chamados de “volante de enganche”.

TÉCNICOS
Alguns técnicos evitam usar a expressão “primeiro volante” e “segundo volante”. Wagner Lopes afirmou que prefere chamar de “meias centrais” esses jogadores. Marquinhos Santos usava a expressão “meias de transição” para descrever o “médio-centro”. Já o site oficial do Coritiba adotou a nomenclatura “médio-centro”, que já vem sendo usada há muito tempo no futebol português.

PEDRINHO NO 4-1-4-1
Na entrevista coletiva de quarta-feira, Dorival Júnior explicou como encaixar Pedrinho no 4-1-4-1. Contra o Rio Branco, o jogador acabou atuando como centroavante, mas não rendeu. “Não queria ele lá enfiado, porque a característica dele é diferente. É realmente de segundo atacante. Na nossa equipe seria um dos meias, dando liberdade para que tenha essa movimentação. Ele está sendo preparado para que possa desenvolver essa função. Ele tem condições”, disse o treinador.

Dorival deixou claro que não planeja usar Pedrinho pelos lados do campo. “Quando cheguei aqui, me passaram que ele (Pedrinho) também era jogador de lado de campo, mas as características principais são pelo centro. Temos que aproveitar isso da melhor forma possível”, comentou.

ASPIRANTES
O time de aspirantes do Athletico usa outro esquema tático. No último jogo, Eduardo Barros colocou Mingotti como centroavante e Jajá como um jogador ofensivo bem próximo do camisa nove, com muita liberdade para articular pelos lados e para invadir a área em momentos decisivos. Essa posição hoje é chamada de “segundo atacante” por alguns treinadores. É a função que consagrou Pelé, um camisa 10 que nunca foi um meia-armador e sempre foi um jogador definição, próximo ao centroavante.

“Com o Eduardo, ele (Pedrinho) caracteriza bem essa função. Na nossa maneira de jogar, é um poquinho diferente. Necessita de um bate-volta mais frequente. E para que isso aconteça, ele precisa estar mais preparado, até fisicamente”, explicou Dorival.

Quando Pedrinho estava atuando pelos aspirantes, Eduardo Barros não usou um centroavante fixo. Ele deu muita liberdade para os dois atacantes de frente.