As aventuras de uma mãe com três crianças no Rio de Janeiro

Redação Bem Paraná

Nas últimas férias de julho, encarei uma semana no Rio de Janeiro com três crianças. Tudo bem, uma delas tem 14 anos, então tecnicamente é adolescente. As outras duas têm 9 e 1 ano e 8 meses. Claro que avós, tias e afins queriam que eu cancelasse a viagem por ser “perigoso”, cansativo. Nada disso. Foi uma viagem maravilhosa. Descobrimos passeios muito legais, fui muito bem tratada por todos de vendedores a taxistas, e não passei nenhum perigo. Muito diferente daqui, em Curitiba, onde já passei por alguns apuros por falta de solidariedade e alguns sustos por insegurança. Claro que não devemos ficar isolados, andar em ruas escuras, não podemos vacilar, mas a regra vale para todos os lugares.

Vale a pena ressaltar que passava férias lá no Rio quando criança, por isso me sinto meio uma menina do Rio. Mas não viajava pra lá a passeio há 5 anos e nunca fui com uma criança tão pequena quanto o Théo. Já viajei com as mais velhas para fora do País, mas quando a mais nova tinha 5 anos.

Deu tudo tão certo que resolvi postar sobre a experiência e ainda algumas dicas para quem vai passear no Rio  de Janeiro com criança pequena. Seguem algumas dicas:

1) A escolha do hotel é importante

Escolhi o mesmo hotel de sempre no Flamengo, longe dos holofotes de Copacabana. Gosto dele, porque tem quartos grandes e que acomodam até seis pessoas no mesmo quarto e por ser em um bairro mais “familiar” é mais barato. O hotel também tem comida caseira gostosa a preço justo, porque com crianças há dias que estão cansados e você tem que comer no hotel mesmo.  É perto de uma praia tranquila e de todo tipo de comércio, farmácia, supermercado e diversas opções de restaurantes, de KFC a bufê por quilo. O hotel é esse aqui, mas há vários do mesmo estilo no Flamengo, Glória e Leme. Os hoteis do Centro da cidade são um pouco mais imprevisíveis.

2) O carrinho, brinquedinho água e bolachinhas são essenciais

Nem preciso falar que o carrinho é essencial para crianças até 3 anos em uma viagem como essa. No caso do Rio de Janeiro, em todos os lugares há rampas e estrutura para carrinho de criança e cadeira de rodas. Os taxistas também não se importavam em descer e guardar o carrinho no porta-malas. Todos sempre muito gentis. Água e bolachinhas para possíveis engarrafamentos são muito bons, sem falar naquele brinquedinho

3) Horários ideais

Só peguei um engarragamento porque nos atrasamos eu um museu.  O horário de saída era sempre entre 9 e 10 horas, quando já tinha passado o rush e voltávamos por volta das 17h30 no máximo para perto do hotel. Com criança pequena não dá para sair fazendo turismo que nem louca. Eles têm limites e se não são respeitados, a birra aparece. No Rio de Janeiro, nós fazíamos no máximo três passeios por dia, o último já perto do hotel. Sempre com pausas para brincar, correr. Na minha filosofia de viagem, férias é tempo de descansar também. Então nada de acordar às 7 horas e dormir às 23 horas.

4) Uma cidade preparada para os pequenos

O Rio de Janeiro é definitivamente uma cidade preparada para os pequenos. Há parquinhos em praticamente toda a orla, parques e atrações. Também há trocadores em todos os lugares. Um trocador simples e eficaz. Todos os restaurantes e lanchonetes têm estrutura para crianças pequenas, cadeirinhas e menus especiais para eles. Isso foi uma ótima surpresa. Sem falar na simpatia de todos, sempre dispostos a ajudar, tanto dos cariocas quanto dos turistas. Toda a vez que eu ia subir ou descer uma escada ou entrar no bondinho do Pão de Açúcar alguém aparecia para ajudar  a levantar o carrinho. Coisa que nunca aconteceu aqui em Curitiba. Entre os restaurantes que recomendo estão o KFC, que tem prato pronto com arroz e feijão, o Parmê, que tem lojas por toda a cidade, e oferece massas, pratos executivos, sanduíches, pedaços de bolos, salgados e tem atendimento rápido. Os quiosques de Copacabana e Impanema só para água e no máximo um salgadinho, porque a comida é cara e deixa a desejar.

5) Temperatura ideal

Sempre que vou ao Rio prefiro julho ou no máximo outubro, porque no verão as temperaturas chegam a 40 graus, o que irrita as crianças e muito, sem falar no entra e sai de lojas com ar condicionado, que acaba adoecendo os pequenos curitibanos.  Fomos no fim de julho. Pegamos temperatura máxima de 24 graus e mínima de 12 graus, o que para os cariocas é frio bravo. Eles reclamam o tempo todo do vento “gelado” do mar e nós damos gargalhadas.

6) Táxi é barato e seguro

Normalmente quando vou ao Rio, uso e abuso do ônibus e do metrô, mas como estava com carrinho e sozinha (sem ajuda de outro adulto) desta vez andei só de táxi. Ao contrário de Curitiba, a corrida é barata e tem carro em tudo que é lugar. Não sentimos nenhuma dificuldade em achar carros e as conversas com os taxistas renderam boas risadas. Para ter uma ideia como é barato, uma corrida do Aeroporto Galeão, que fica na Ilha do  Governador,  até o Flamengo, uma distância de aproximadamente 40 km, custou R$ 45. Sem falar que nos deslocamentos, você acaba fazendo turismo com a ajuda dos taxistas, que explicam tudo como verdadeiros guias turísticos.

7) Nas alturas todo cuidado é pouco

Desta vez, tinha prometido não gastar no Pão de Açúcar e no Cristo, porque são passeios caros, mas acabei indo no Pão de Açúcar. Um passeio lindo, maravilhoso, mas por precaução deixei o caçula Théo preso no carrinho quase todo o tempo, porque há muitos vãos nas grades, descidades, escadas e tal. Fomos nos dois morros e tinha gente para ajudar com o carrinho em todos os locais. Também escapamos das roletas por causa do carrinho. Mas confesso que com uma criança de 1 ano e 8 meses você acaba curtindo a vista um pouco menos do que gostaria. Por isso mesmo, acabamos dispensando o Cristo. Uma amiga nos levou a dois lugares lindos com vista mais emocionante que o Cristo e que não custam nada (a não ser a corrida de táxi, caso não tenha carona. Fomos na Vista Chinesa e no Mirante do Morro Dona Marta (vejam o Théo lá em foto abaixo).

 

8) Os passeios mais adorados

Andamos por Ipanema e Copacabana, onde se esbaldaram na areia, correram atrás dos pássaros, fomos também na Urca, bairro que eu amo no Rio de Janeiro, assim como a Praia Vermelha, passeamos também pelo Centro, passamos pelo Sambódromo. Mas três passeios foram votados como os melhores pelo meu trio. Um deles foi o Jardim Botânico. Lá conhecemos plantas, eles correram à vontade, principalmente o pequeno, brincaram no parquinho, muito bonito, fizemos um lanche delicioso. Tudo muito lindo, fresco, protegido do sol pelas árvores.(foto abaixo)

O Parque dos Patins na Lagoa Rodrigo de Freitas também foi um passeio maravilhoso. Um lugar deliciosos, com bicicletas e patins para alugar, muito seguro, com uma vista linda,  e com o quiosque Arab, com comida árabe da melhor qualidade. Um lugar bom para ir em qualquer horário. As crianças podem andar livremente também. Além de uma figueira linda para as crianças se esbaldarem.

Outro lugar favorito é o Museu da República. Na verdade eu gosto do museu, mas as crianças gostam mesmo dos jardins. Para os pequenos ainda há um parquinho lindo. Aliás, parques, árvores não faltam na cidade maravilhosa, assim como bebês e babás, que estão por toda a parte (foto abaixo)

9) Praias

Claro que como bons curitibanos não resistimos a uma manhã na praia. O sol estava forte, a areia limpa, mas a água gelada. Gosto de pegar praia no Flamengo, porque é mais tranquilo, não precisa guerrear por uma barraca e algumas cadeiras, e os preços das barracas de comes e bebes são bem acessíveis. Mas todas as praias são bonitas e têm estrutura, ou seja, alugam cadeiras e barracas. Há banheiros também por toda a orla e limpos pelo preço de R$ 2.

10) O povo é atração

Em um dos dias fiquei na frente do hotel com o pequeno Théo, enquanto as meninas terminavam de tomar café. Em 10 minutos, 8 pessoas, de adolescentes  a idosos, pararam para brincar com o Théo, ele ainda ganhou um biscoito Globo e um deles quis dar uma bala. Como não se encantar com tanta alegria e gentileza.Espero voltar logo para ir a alguns lugares que não conseguimos ir, como o Planetário da Gávea, o Parque Lage e o zoo. Desta vez foi  diferente das outros, eu estava sozinha com três crianças, sendo um bebê. E me senti mais abraçada ainda pelo Rio de Janeiro.

OBS: Não deixe de experimentar o tradicional biscoito Globo, você e suas crianças não vão se arrepender. Ele existe há mais de 50 anos e é vendido nas praias. E se for com mate gelado, melhor ainda.