Quando tive minha primeira bebê era tudo conforme a “cartilha” * e os médicos mandam. Não havia negociação. A pequena foi seu quartinho imenso aos três meses porque era assim que deveria ser. A coitada chorava até perder o fôlego, porque era assim que o médico da vez disse que tinha que ser para a criança não acostumar com colo. Eu limpava tanto a mãozinha dela quando ela sujava com a terra que ela chorava quando caía não por causa do tombo, mas porque certamente sabia que logo em seguida a mãe maluca viria com seu processo de esterilização. Também era absolutamente rígida com o seu comportamento em público.
Com a segunda menininha, já não ouvi tantos os outros. Segui um pouco mais os meus instintos, mas ainda cometi falhas. Qualquer febrinha, antes mesmo de qualquer sintoma, eu corria para o médico, e é claro que ela sempre saía com um antibiótico do plantão médico. Aliviei minhas neuras alimentares, mais ainda implicava com certos docinhos em festas e me arrepiava quando a bebezinha, que começou a andar com 10 meses, saía correndo e caía. Eu não deixava ela dormir comigo no meu quarto, mas volta e meia carregava um colchão e dormia no quartinho dela.
Com o terceiro, meu temporão, me livrei de muitas amarras, com a ajuda do Google, é verdade. Confesso que neste frio curitibano ele tem dormido sim agarradinho comigo, isso quando as irmãs mais velhas não fazem acampamento e todos nós dormimos juntos. Também confesso que fico com ele no colo o máximo do tempo que posso e se ele dá um pio no berço de noite eu corro sim para acalmá-lo. Assumo que não só deixo ele correr pelo jardim e sujar as mãozinhas, como corro junto, e que me divirto quando ele come desajeitado um brigadeiro em uma festa. Se ele chora no restaurante, saio para brincar com ele e se alguém olhar torto, que olhe! (deve ser alguém que nunca teve o desafio de criar uma criança).
Sei que esse tempo não volta nunca mais e que a nossa cumplicidade cresce com esses pequenos detalhes do dia-a-dia. Nenhum destes detalhes vai fazer dele uma criança mais mal educada, pelo contrário, ele sabe que é amado. E na minha opinião, de mãe de terceira viagem, amor demais nunca faz mal e instinto é tudo. Não há livro, médico, dica de vó, de benzedeira que supere o nosso instinto.
Com as filhas maiores, confesso que ainda sou CDF demais, principalmente com notas da escola e tarefas de casa, sem falar na neura de deixá-las sair, dormir na casa de amigas. Mas estou em tratamento. Constante tratamento. Quando eles crescem…. Isso é assunto para outro post…
* Não há cartilha para criar filhos. Cada um é cada um. Demorei para aprender isso.