O incrível bebê que ajuda a mãe

Redação Bem Paraná

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Nesse fim de semana eu resolvi lavar o carro. Peguei o balde, sabão, panos, água e o bebê e lá fomos nós. Bebê? Sim, o bebê (no caso, um menino fofo de 1 ano e 8 meses) pegou no batente. Dei um paninho na mão dele, mostrei que ele tinha que molhar no balde e esfregar no carro e pronto. Estava feita a bagunça.

Claro que o meu filho não lavou o carro. Ele se divertiu com a espuma, molhou a calçada, os cachorros e se molhou. Mas fez parte da atividade. Não tive que lavar o carro enquanto entretinha ele em outra atividade. Ele estava comigo, brincando, se divertindo e ajudando a mamãe.

Eu cresci ajudando meus pais. Desde cedo lavei muita louça, roupa, os vidros (Meu Deus, como tinha vidro naquela casa), arrumei meu quarto e até mesmo lavei muito banheiro. Acho que isso me ajudou a dar valor ao conforto que tenho e ao trabalho que a diarista que me ajuda faz. Eu sei cuidar de mim mesma. Quero que meu filho também cresça sendo auto-suficiente.

Mas, calma lá: nada é tão fácil assim. Um bebê é um serzinho em formação. Tem que ser muito paciente. MUITO paciente. Comecei a botar meu filho na roda quando ele tinha uns 8 meses. Todo dia, quando a brincadeira acabava, eu fazia ele ajudar a guardar os brinquedos. Era só levar a caixa de brinquedos para perto dele e pedir para que ele colocasse o que quer que tivesse na mão dentro dela.

Gente, não é fácil. Bebês se distraem. De repente ele guarda a girafa, mas no meio do caminho vê um pandeiro super interessante que tem que pegar (e daí a bagunça começa de novo). Tudo bem. Respire fundo e siga em frente. “Filho, vamos guardar o pandeiro? A gente guarda o pandeiro e vai mamar, que tal?”, eu ia dizendo.

Com o tempo, meu bebê foi adquirindo mais habilidades e mais tarefas. Quando ele começou a engatinhar, comecei a pedir que ele me trouxesse brinquedos: “Filho, pega a bola para a mamãe?”. Também passei a pedir ajuda na hora de tirar e por a roupa: “põe o bracinho aqui, filhote”.

Às vezes as tarefinhas servem para marcar uma rotina. No banho, por exemplo, a hora de guardar os brinquedos é parte da rotina do “fim da brincadeira”. Isso porque meu filho sempre reluta em sair da água, então a rotina ajuda a reduzir as birras. Começo pedindo para ele me dar cada bichinho: “filho, alcança o peixe para a mamãe”. Um a um, os brinquedos vão sumindo. Agora que ele está tomando banho na banheiro de gente grande, aproveito também para soltar a água (e aí é hora de dar tchau para ela).

Quando meu filho começou a andar, surgiu também a fase de jogar tudo no chão. Ele quer as chaves, só para pegá-las e atirá-las longe. O que eu faço? Digo para ele ir pegar e devolver para a mamãe. Às vezes ele reluta, mas vai. Faço o mesmo quando ele tira todas as panelas do armário. Deixo brincar no chão um pouco e depois faço ele mesmo guardar tudo.

Há tarefas que o bebê quer fazer, mas às vezes nós relutamos em dar para eles porque vai fazer a maior bagunça. É o caso de tirar os pratos da mesa. O B adora fazer isso. Mal sai da mesa, já estica os bracinhos para pegar o prato dele. Quando estou com pressa, dou alguma outra coisa para ele levar para a cozinha. Mas se estamos tranquilos, em casa, e a mamãe não está estressada, largo o prato na mão dele. Claro, às vezes os restos de comida vão parar no chão (para a alegria da cachorrada), ou na roupa do bebê. Mas eventualmente o prato chega na cozinha.

Uma vez lá, boto o bebê sentado na pia e ele me “ajuda” a lavar a louça. Sim, isso significa uma lambança na cozinha, no bebê, em mim e na louça. Mas, vou te dizer, é muito divertido. Fazemos o mesmo na hora de recolher a roupa. Como uso varal baixo, ele vai tirar as roupinhas junto comigo. Acaba que os grampos ficam espalhados pelo chão, mas daí é só hora de mais uma atividade: a de catar um por um e dar para a mamãe.

Nesse tempo todo, tenho que dizer que aprendi muito sobre meu bebê e sobre mim mesma. Descobri que, antes de inventar moda, preciso estar atenta ao meu humor. Não adianta querer que o filho faça algo, se estou estressada e impaciente. Ele não tem culpa. Vai errar, vai fazer bagunça e aí o estrago está feito. Nesses dias, o melhor é deixar a louça na pia, a bagunça do jeito que está e ir brincar.

Também percebo dia a dia o quanto meu filhote já entende muita coisa e se faz entender. Volta e meia me surpreende com uma habilidade nova. Ele mesmo toma iniciativa e, de repente, tenta calçar o sapato sozinho. Ou vai me mostrando o que quer: “esse!!”. Além disso, me ajudar tem sido uma forma dele aprender a se acalmar.

Quando a birra se instala, eu peço algo simples e, pronto: ele faz e se acalma. Isso porque a birra é resultado da incapacidade do bebê de se comunicar. Quando ele entende o que você quer e faz, ele supera isso.

Não sei se no futuro o B vai ser um filho que colabora. Mas acredito que a minha parte estou fazendo. E fico muito feliz com o resultado: um bebê que se diverte realmente com qualquer coisa.