O nascimento de uma escola Waldorf

Redação Bem Paraná

 

Que família não quer ver desabrochar seus filhos em todo seu potencial? Que mãe não entende, no momento em que o filho nasce, que quem tem que aprender tudo sobre tudo é ela? Que a criança nasce com um corpo frágil e indefeso sim, mas isso é para que a mãe perceba como a vida pode estar por um triz!

Assim que aprendemos a reverenciar o presentinho recém-chegado às nossas mãos, tudo começa a fluir mais leve. Estar na presença deste ser minúsculo, embora grandioso, passa a ser puro deleite. E vivemos uma verdadeira metamorfose pessoal e familiar. Tudo é re significado e não resta pedra sobre pedra das certezas pré-existentes.

Foi nesta busca insana por tentar proporcionar um ambiente adequado para que o brotinho de gente (que veio carregado com uma dose extra de personalidade) pudesse aproveitar toda luz e energia que trazia consigo, que eu cheguei à Pedagogia Waldorf. Artur já tinha 5 anos, ele já tinha frequentado outras praias aparentemente sem grandes prejuízos, mas eu ainda estava em busca de algo. Assim que tomei contato com a Pedagogia Waldorf, tudo aconteceu muito naturalmente, como as coisas tem que ser. Eu me reconheci nesta pedagogia. Não fui conquistada ou fisgada por ela, eu era ela! Quase todas as coisas pelas quais eu vinha brigando estavam resguardadas por uma tribo. Alguém já tinha enxergado os mesmos problemas, já tinha estudado a essência do ser humano e já estava querendo alimentar suas almas.

Colocar o Artur num jardim de infância Waldorf foi uma das experiências mais emocionantes da minha curta, porém intensa, trajetória de mãe. Eu achava que ele estava bem antes da escola Waldorf. Mas, depois de 30 dias na nova escola eu pude ver o que é uma criança que está bem. Sabe criança sendo criança? Subindo em árvore, escalando batente de porta, brincando na lama, inventando coisas. Diminuiu muito a ansiedade, diminuiu muito a vontade de comprar brinquedo novo, diminuiu muito a preocupação com a aparência, diminuiu muito a competição. Foi lindo! E só de lembrar dessas coisas acontecendo diante dos meus olhos, tenho vontade de chorar.

Hoje ele já tem 8 anos e já está terminando o 2º ano do ensino fundamental, estuda na – até então – única escola de Ensino Fundamental Waldorf do Paraná. Mas, em 2017 teremos novidades!

É que alguns pais, apaixonados pela Pedagogia Waldorf, se associaram em 2014 e foram agregando novos pais…  Eu soube do movimento no início deste ano e me aproximei. Inicialmente participando de algumas palestras, depois participando de um curso chamado “Poética da Docência – reflexões sobre o sujeito formador” e finalmente me associei. Desde então, a familia toda começou a respirar o processo de fazer nascer uma escola. Nos conectamos a esta energia e nos sentimos parte deste projeto.

Em novembro de 2016, somos aproximadamente 60 pessoas. Essa galera está prestes a abrir a 2ª Escola Waldorf de Ensino Fundamental do Estado, só para poder oferecer esta pedagogia para mais crianças. Esta escola, como a outra, será sem fins lucrativos, associativa, e está sendo construída pelo trabalho voluntário das famílias associadas. Alguém com experiência em fundar escola? Não! Alguém com garantias de que será um sucesso? Não!

Mas tem muita energia boa no projeto, muita gente linda trabalhando duro, e muita criança feliz correndo pelo quintal da sede da escola. Espero que em breve, esta sementinha possa mostrar a que veio e possamos encontrar jovens saídos de seus bancos que sejam responsáveis, conscientes, seguros e com capacidade de realização.
😉

As escolas Waldorf de Curitiba:
www.escolaturmalina.org.br
www.graosaber.com.br